Stablecoins atreladas ao dólar ganham força e ampliam presença nos investimentos e transações digitais
Redação DM
Publicado em 5 de agosto de 2025 às 08:08 | Atualizado há 1 dia
Com constantes transformações no mercado financeiro digital, as stablecoins atreladas ao dólar americano vêm ganhando espaço como uma alternativa prática, estável e cada vez mais utilizada tanto por investidores quanto por empresas. Essas moedas digitais, cujo valor é vinculado ao dólar em proporção de 1 para 1, têm se destacado como instrumentos eficientes para transações online, proteção contra volatilidade e movimentação de capital global.
Nos últimos anos, o mercado cripto foi marcado por fortes oscilações em ativos como Bitcoin e Ethereum, o que despertou a busca por instrumentos que combinassem os benefícios da tecnologia blockchain com maior previsibilidade de preço. É nesse contexto que as stablecoins, como o valor do USDT hoje (Tether), USDC (USD Coin) e DAI, vêm se consolidando como peças estratégicas no ecossistema digital.
Como funcionam as stablecoins e por que oferecem mais estabilidade?
De acordo com a Forbes, o “principal objetivo das stablecoins é preencher a lacuna entre a volatilidade das criptomoedas e a estabilidade das moedas fiduciária”. Sendo assim, a principal proposta dessas das stablecoins atreladas ao dólar é manter paridade com a moeda americana, oferecendo aos usuários uma reserva de valor digital menos sujeita à volatilidade. Para isso, diferentes modelos de lastro são adotados.
No caso de USDT e USDC, a paridade é garantida por reservas financeiras em dólares ou ativos equivalentes mantidos por instituições emissoras. Já a DAI opera com colateralização por meio de contratos inteligentes, utilizando criptomoedas como garantia para manter seu valor estável.
A adoção crescente das stablecoins pode ser observada em diversas frentes. No mercado de criptoativos, elas são amplamente utilizadas como meio de entrada e saída de operações, oferecendo liquidez imediata e evitando a necessidade de conversão para moedas fiduciárias em momentos de instabilidade.
Além disso, vêm sendo incorporadas por plataformas de finanças descentralizadas (DeFi), sistemas de pagamentos internacionais e carteiras digitais, devido à sua acessibilidade e rapidez nas transações.
De ferramenta do cripto ao radar das grandes instituições
Empresas de tecnologia, fintechs e até mesmo grandes instituições financeiras passaram a enxergar nas stablecoins uma ponte eficiente entre o sistema financeiro tradicional e o mundo cripto.
Para operações transfronteiriças, por exemplo, o uso dessas moedas permite remessas com custos reduzidos e liquidação quase instantânea, o que representa um avanço frente aos modelos convencionais de transferência internacional, que podem levar dias e gerar taxas elevadas.
Com a expansão do uso, as stablecoins também atraíram atenção de governos e autoridades reguladoras. Órgãos como o Federal Reserve, nos Estados Unidos, e o Banco Central Europeu vêm acompanhando de perto o crescimento dessas moedas, avaliando diretrizes para garantir sua transparência, lastro e segurança jurídica.
Em países emergentes, onde há maior instabilidade cambial, a utilização de stablecoins atreladas ao dólar tem crescido como alternativa para preservar valor e contornar barreiras bancárias.
Paralelo à isso, inclusive, nos EUA, por exemplo, ações ligadas a criptomoedas avançaram após Trump assinar lei que regulamenta as stablecoins no país, mostrando realmente a força do ativo.
O papel das stablecoins no futuro do dinheiro digital
O interesse por esses ativos também se intensificou com os debates sobre moedas digitais emitidas por bancos centrais (CBDCs). Embora diferentes em sua origem e propósito, tanto as stablecoins quanto as CBDCs compartilham o objetivo de digitalizar o dinheiro e torná-lo mais funcional em um mundo cada vez mais conectado.
Mesmo com a evolução, os desafios permanecem. Questões como a necessidade de auditorias regulares, risco de centralização em algumas emissoras e o impacto regulatório de eventuais restrições legais são fatores observados com atenção por participantes do mercado. Ainda assim, a tendência de crescimento é evidente, e especialistas apontam que as stablecoins devem continuar ampliando sua presença nos próximos anos.
No ritmo atual de adoção e com o avanço da regulação, as stablecoins atreladas ao dólar se posicionam como ferramentas intermediárias no universo cripto e como elementos centrais da nova economia digital. Seja para enviar dinheiro, investir em ativos digitais ou garantir estabilidade em tempos de incerteza, essas moedas vêm se firmando como uma ponte entre o presente e o futuro do sistema financeiro global.