Vídeo: Hytalo Santos é preso em São Paulo

Na manhã desta sexta-feira (15), em São Paulo, o influenciador digital Hytalo Santos foi preso durante uma operação conjunta conduzida pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Ele é investigado por possível exploração e exposição de menores em publicações feitas em suas redes sociais, prática conhecida como “adultização” de crianças e adolescentes.

A prisão é resultado de inquéritos instaurados pelo MPPB nos municípios de João Pessoa e Bayeux, que apuram supostas violações ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

O caso ganhou repercussão no início de agosto de 2025, após a divulgação de um vídeo pelo youtuber Felca, no qual são feitas denúncias sobre a exposição de menores nos vídeos de Hytalo. O conteúdo viralizou e levou à ampliação das investigações já existentes.

Segundo o MPPB, desde 2024 já havia apurações em andamento sobre a participação de menores nos vídeos do influenciador.

Em 12 de agosto de 2025, a Justiça da Paraíba determinou:

• Bloqueio das redes sociais de Hytalo Santos;
• Desmonetização dos conteúdos publicados;
• Proibição de contato com menores citados no processo.

No dia seguinte, 13 de agosto, foi cumprido mandado de busca e apreensão na residência do influenciador, em João Pessoa, resultando na apreensão de celulares, computadores e outros dispositivos eletrônicos. A decisão judicial autorizava entrada forçada, caso necessário.

No dia 11 de agosto, o deputado federal Reimont (PT-RJ), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, protocolou um pedido de prisão preventiva do influenciador. O parlamentar argumentou que havia risco de continuidade dos atos e de influência sobre as supostas vítimas.

Paralelamente, o Ministério Público do Trabalho conduz, desde fevereiro de 2025, uma ação civil pública para investigar possíveis casos de exploração de trabalho infantil ligados às atividades de Hytalo Santos e suas empresas.

A defesa do influenciador afirma que ele colabora com todas as etapas da investigação, nega as acusações e alega que a participação dos menores em seus conteúdos ocorreu com autorização dos responsáveis legais. Em alguns casos, segundo os advogados, os participantes seriam emancipados.

O termo adultização se refere à exposição de crianças e adolescentes em contextos com conotação sexualizada ou comportamento adulto precoce, prática considerada prejudicial e proibida pelo ECA.