Após denúncia de Felca, Goiânia discute projeto de lei contra adultização e sexualização infantil na internet
DM Redação
Publicado em 20 de agosto de 2025 às 10:50 | Atualizado há 4 horas
A discussão sobre a proteção de crianças e adolescentes no ambiente digital ganhou força em todo o país após a denúncia feita pelo influenciador Felca (Felipe Bressanim Pereira). Em 6 de agosto, ele publicou o vídeo “Adultização”, que denunciava casos de exploração infantil nas redes sociais. O conteúdo viralizou, ultrapassando 45 milhões de visualizações em apenas 10 dias, e desencadeou uma série de reações políticas e judiciais.
No vídeo, Felca destacou exemplos que já vinham chamando atenção do público e das autoridades. Entre eles, o caso do influenciador Hytalo Santos, alvo de investigações desde 2024 e preso em 15 de agosto de 2025 sob suspeita de exploração de menores.
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Também mencionou a situação da adolescente Kamylinha, cujo conteúdo nas redes levantou discussões sobre exposição precoce, e o canal Bel Para Meninas, frequentemente criticado por estimular a adultização infantil. As citações ajudaram a dar dimensão ao problema e ampliaram a repercussão do vídeo.
Poder Público
No plano federal, o episódio levou à apresentação de 32 projetos de lei na Câmara dos Deputados, que tratam da responsabilização de plataformas, criminalização da adultização digital e maior proteção às vítimas. No Senado, já há articulação para instalação de uma CPI sobre exploração infantil na internet, enquanto a Polícia Federal (PF) intensificou investigações contra influenciadores suspeitos.
Goiânia em Cena
Em meio a esse cenário, Goiânia também passou a se mobilizar. No dia 12 de agosto de 2025, o vereador Ronilson Reis (Solidariedade) apresentou na Câmara Municipal o Projeto de Lei nº 404/2025, que institui a Política Municipal de Prevenção e Combate à Adultização e Sexualização Infantil na Internet.
A proposta prevê:
- campanhas educativas para pais, responsáveis e professores;
- ações em escolas e espaços públicos, alertando sobre riscos digitais;
- divulgação de canais oficiais de denúncia;
- parcerias entre órgãos públicos e entidades da sociedade civil.
Todas as medidas devem seguir o princípio do interesse superior da criança, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Segundo Ronilson Reis, o objetivo é “criar uma rede de proteção no ambiente digital, que muitas vezes é hostil às crianças”. O projeto está em análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Municipal e, se aprovado, seguirá para votação em plenário.
Goiânia como Referência
Caso seja sancionada, a lei colocará a capital entre os primeiros municípios brasileiros a adotar uma política específica de prevenção contra a adultização e a sexualização infantil na internet. A medida reforça a sintonia entre o debate local e o movimento nacional desencadeado pela denúncia de Felca, que transformou a pauta em prioridade legislativa em diferentes esferas de governo.