Política

Consumidor sente alívio nas compras, mas economia goiana enfrenta ameaças

DM Redação

Publicado em 21 de agosto de 2025 às 16:58 | Atualizado há 4 horas

Apesar da sensação de alívio, especialistas alertam que a redução é passageira
Apesar da sensação de alívio, especialistas alertam que a redução é passageira

A guerra comercial entre Brasil e Estados Unidos já afeta diretamente o bolso do consumidor goiano. A redução nas exportações aumentou a oferta interna de alimentos e combustíveis, o que derrubou os preços em Goiânia. O arroz recuou 3,99%, o frango em pedaços 3,35%, o pão francês 2,73% e os ovos 4,64%.

A gasolina caiu 1,63% e o etanol 4,23%. A arroba da carne bovina caiu de R$ 300 para menos de R$ 260 ao puxar para baixo cortes como acém, patinho e músculo. Frutas como manga e mamão também ficaram mais acessíveis.

O efeito já aparece no índice IPCA-15, que mede a prévia da inflação. Em julho, Goiânia registrou −0,05%, a menor taxa do país, influenciada pela queda nos preços dos alimentos e dos combustíveis.

Apesar da sensação de alívio, especialistas alertam que a redução é passageira. O economista Luiz Batista Alves, presidente do Corecon-GO, explica que produtores podem reduzir a produção ou buscar novos mercados em dois ou três meses, o que fará os preços retornarem ao patamar anterior.

Segundo cálculos da FIEG, o tarifaço pode retirar até R$ 1,36 bilhão do PIB goiano. A indústria deve perder R$ 860,9 milhões, a agropecuária R$ 250,1 milhões e os serviços R$ 245,6 milhões. Os setores mais afetados incluem transporte, comércio, pecuária de apoio e logística.

As estimativas apontam risco para 23 mil postos de trabalho em Goiás, especialmente em frigoríficos, usinas e empresas de logística. Cidades como Rio Verde, Itumbiara, Jataí e Anápolis estão entre as mais vulneráveis.

Para conter o impacto, o governo estadual lançou em julho um pacote de R$ 628 milhões em crédito, com juros de 10% ao ano. O acesso depende de contrapartidas formais de manutenção do emprego. O benefício já está disponível desde agosto, por meio da Secretaria-Geral do Governo, que prioriza frigoríficos, usinas e cooperativas mais afetadas.

Para o Corecon-GO, o pacote precisa ser direcionado para garantir empregos e fortalecer a industrialização local. O momento exige cautela e planejamento, já que a queda de preços tende a ser passageira.

Foto: iStock

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