Só 3% da cocaína é apreendida na rota do Solimões; 97% cruza a Amazônia sem controle
Redação Online
Publicado em 23 de agosto de 2025 às 12:16 | Atualizado há 7 horas
O tráfico internacional de drogas continua desafiando as autoridades brasileiras. Segundo levantamento divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), apenas 2% a 3% da cocaína que entra no país pela chamada Rota do Solimões é efetivamente apreendida.
A rota, considerada uma das principais portas de entrada da droga produzida no Peru e na Colômbia, se estende por rios da Amazônia e corta uma área de fronteira de difícil fiscalização, equivalente a 96 mil km², praticamente o território de Portugal. Essa dimensão, somada à carência de infraestrutura e vigilância, favorece a atuação das organizações criminosas que dominam o tráfico na região.
O pesquisador César Mello, do FBSP e da Universidade Federal do Pará (UFPA), alerta que, mesmo com diferentes metodologias de cálculo, os números mostram um desequilíbrio preocupante: “A produção gira em torno de milhares de toneladas, enquanto as apreensões ficam em menos de uma centena”, explica.
A dificuldade em controlar o fluxo de drogas pelo rio Solimões coloca o Brasil diante de um problema estratégico. Estudo aponta que, além de reforço tecnológico e logístico na fiscalização, é preciso cooperação internacional para enfrentar o narcotráfico em uma área de fronteira vulnerável.