Esportes

Stabile vence eleição no Conselho e se mantém na presidência do Corinthians

DM Redação

Publicado em 26 de agosto de 2025 às 08:44 | Atualizado há 6 horas

Luciano Trindade – Folha Press

Osmar Stabile venceu nesta segunda-feira (25) a eleição indireta realizada pelo Corinthians e será mantido na presidência do clube até dezembro de 2026. Aos 71 anos, o conselheiro vitalício havia herdado interinamente a cadeira no Parque São Jorge em maio, depois do afastamento de Augusto Melo, de quem era o primeiro vice-presidente. Esta é sua segunda passagem pela diretoria, já que foi vice-presidente de esportes terrestres durante parte da gestão de Alberto Dualib (1993-2007).

A vitória ocorreu com 199 votos do colégio formado por conselheiros vitalícios e trienais -estes eleitos para o mandato de 2024 a 2026. Roque Citadini recebeu 50 votos e, em terceiro, André Castro teve 14. Houve um voto em branco. O pleito contou com 264 dos 299 conselheiros do Corinthians. Para se candidatar à presidência do Parque São Jorge, era necessário ser conselheiro vitalício ou estar no segundo mandato no Conselho.

Além do presidente da diretoria, Leonardo Pantaleão foi eleito vice-presidente do Conselho Deliberativo, com 119 votos. Ele assume automaticamente o posto de presidente da Comissão de Ética do Conselho Deliberativo. Em segundo lugar ficou Peterson Ruan, com 75 votos e, em terceiro, Rodrigo Bittar, com 64. Houve 4 votos brancos e 2 votos nulos.

Eleito para completar o mandato interrompido pelo afastamento de Augusto Melo -destituído por supostas irregularidades em comissões de um contrato de patrocínio-, Stabile terá desafios que exigem habilidade política, capacidade de gestão e visão de longo prazo para lidar com a instabilidade no Corinthians.

O maior deles é reorganizar a situação financeira, marcada por uma dívida superior a R$ 2,5 bilhões. Em abril, o Conselho Deliberativo reprovou as contas do primeiro ano de gestão de Melo, acompanhando pareceres do Conselho Fiscal e do Cori (Conselho de Orientação), ambos críticos aos números apresentados pela diretoria.

A reprovação foi um dos sinais da perda de apoio político ao ex-presidente. Conselheiros lembraram que o clube vinha de três anos consecutivos de superavit sob Duilio Monteiro Alves, mas voltou ao deficit com Melo. O cartola, no entanto, alegou ter herdado uma dívida de R$ 191 milhões de seu antecessor.

“Eu não vou assumir essa conta, essa dívida não é minha”, afirmou à época. Além disso, o Corinthians enfrenta pendências relacionadas ao financiamento da Neo Química Arena, em Itaquera, e processos em diferentes esferas -CNRD (Câmara Nacional de Resolução de Disputas) da CBF, Fifa e Justiça do Trabalho.

Com o caixa comprometido, o clube foi punido com um transfer ban, que impede o registro de novos jogadores até que seja quitada a dívida de US$ 6,1 milhões (R$ 33,4 milhões) com o Santos Laguna, do México, referente à contratação de Félix Torres.

Mesmo que consiga chegar a um acordo com os mexicanos, o clube não terá margem para grandes investimentos em reforços. Na atual temporada, está na segunda metade da tabela no Campeonato Brasileiro e segue vivo na Copa do Brasil, nas quartas de final do mata-mata, fase em que vai enfrentar o Athletico Paranaense -o primeiro jogo nesta quarta-feira (27), às 21h30, em Curitiba.

No campo político, Stabile precisará costurar alianças no Parque São Jorge para pacificar o clube, hoje dividido em vários grupos. Esse apoio é fundamental para discutir, por exemplo, a reforma do estatuto, alvo de críticas internas e externas. Nos últimos meses de sua gestão, Melo já não tinha condições políticas de avançar nesse tema.

Sua destituição ocorreu após assembleia geral, motivada por investigações internas e da Polícia Civil que apontaram irregularidades no contrato de patrocínio com o site de apostas VaideBet. A suspeita envolve o pagamento de R$ 25 milhões a uma empresa intermediária, supostamente de fachada, usada para desviar recursos.

Melo nega os crimes que o levaram a perder o cargo. Ele e outros dirigentes se tornaram réus sob acusação de associação criminosa, lavagem de dinheiro e furto.

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