Drugovich dançou, Cadilac confirma Péres e Bottas
Redação Online
Publicado em 26 de agosto de 2025 às 13:32 | Atualizado há 5 horas
JULIANNE CERASOLI
(UOL/FOLHAPRESS) – A Cadillac encerrou meses de especulação e anunciou que Sergio Pérez e Valtteri Bottas formarão a dupla de pilotos da equipe em sua temporada de estreia na Fórmula 1, em 2026. Com isso, os dois experientes pilotos voltam um grid após passarem um ano sem terem vaga como titulares, depois de serem preteridos na Red Bull e na Sauber, respectivamente.
O anúncio foi feito com um vídeo nas mídias sociais da equipe, com direito a participação do ator Keanu Reeves, que está produzindo um documentário sobre a entrada da equipe na F1, depois de também ter feito uma série sobre a equipe Brawn.
Isso acaba com as chances do brasileiro Felipe Drugovich, que era um dos principais candidatos caso o time optasse por dar a chance a um piloto jovem, fazer a sua estreia como titular na F1 no time norte-americano. Ainda há algumas vagas em aberto para o ano que vem, na Alpine e dentro da ‘família’ Red Bull – na equipe principal, ao lado de Verstappen, e Racing Bulls. A Mercedes ainda não confirmou seus pilotos, mas garante que segue com a dupla atual e só está finalizando seus contratos.
“Desde o momento em que comecei a falar com a Cadillac, senti algo diferente – algo ambicioso, mas também realista. Este não é apenas um projeto de corrida; é uma visão de longo prazo. Não é todo dia que você tem a chance de fazer parte de algo que está sendo construído do zero e ajudar a transformá-lo em algo que realmente pertence ao grid da F1. Tive a honra de trabalhar com algumas das melhores equipes do mundo e já consigo ver o mesmo profissionalismo e garra aqui. Esta é uma marca icônica com um grande legado no automobilismo americano, e fazer parte dessa história ao entrar no cenário mundial da F1 é incrivelmente especial para mim. Estou ansioso para representar o espírito americano de corrida nos maiores circuitos do mundo. Gostaria também de agradecer à Mercedes por seu apoio inabalável e espírito esportivo em facilitar um passo tão emocionante”, disse Bottas.
Pérez destacou a paixão e determinação das pessoas que estão trabalhando no projeto.
“É um novo capítulo incrivelmente emocionante na minha carreira. Desde as nossas primeiras conversas, pude sentir a paixão e a determinação por trás deste projeto. É uma honra fazer parte da construção de uma equipe que pode se desenvolver em conjunto para que, com o tempo, possamos lutar na linha de frente. A Cadillac é um nome lendário no automobilismo americano, e ajudar a trazer uma empresa tão fantástica para a Fórmula 1 é uma enorme responsabilidade, que estou confiante em assumir. Tenho orgulho de fazer parte de um projeto tão ambicioso e significativo desde o início. Estou muito satisfeito por fazer parte de uma equipe tão dinâmica e, juntos, acredito que podemos ajudar a moldar esta equipe em uma verdadeira concorrente, a equipe das Américas. Contamos com o apoio de todo o continente – e queremos deixar todos orgulhosos”, disse Pérez.
POR QUE A CADILLAC OPTOU POR PILOTOS JÁ BEM RODADOS?
A decisão da Cadillac veio depois de meses de incertezas em relação a qual seria o caminho escolhido pelo time para os pilotos. Construir uma equipe do zero é uma tarefa muito difícil, ainda mais em um projeto diferente da última estreante, a Haas, que adotou um modelo em que compra o maior número possíveis de peças da Ferrari.
Os norte-americanos também têm parceria com os italianos, mas ela é restrita à unidade de potência e ao câmbio.
Esse desafio inicial gera a necessidade de que os pilotos tenham experiência e também de que eles sejam uma variável mais constante. Por outro lado, este campeonato da F1 vinha mostrando como os novatos estão chegando em um nível muito alto, inclusive evitando que seus companheiros mais experientes se acomodem, como se vê principalmente na Sauber e na Haas. Daí a dúvida.
Acredita-se que o time de corrida da Cadillac via isso mais claramente, o que abria a possibilidade de que Drugovich conseguisse uma vaga como titular, mas em uma importante reunião com todo o conselho no em julho foi decidido que o caminho inicial seria optar por uma dupla experiente.
A partir daí, como já havia o contato anterior com as partes, as negociações andaram rapidamente.
Sergio Pérez volta com prestígio renovado, depois que seus substitutos não tiveram rendimento melhor do que ele frente a Max Verstappen, e após também ficar claro que suas reclamações a respeito do carro da Red Bull eram precisas.
O mexicano já vinha conversando com a Cadillac há meses, mas queria mais garantias de que o projeto estará minimamente pronto para a pré-temporada.
Pérez também conversou com a Alpine, a exemplo de Valtteri Bottas. O finlandês é uma escolha mais questionável, não tendo deixado uma boa impressão nos últimos anos na Sauber, quando esteve numa posição até melhor do que é esperado para o começo da caminhada da Cadillac na F1.
A Sauber tinha o pior carro especialmente ano passado, fruto do momento de transição do time antes de se tornar o time de fábrica da Audi, mas o que se espera da Cadillac é que eles estejam bem distantes do fim do pelotão no início.
Porém, do ponto de vista da equipe, valeu mais a ideia de ter dois pilotos com ampla vivência na F1, que possam ajudar a encontrar respostas para o problemas que, inevitavelmente, vão aparecer. Os dois vão ter 36 anos quando a temporada de 2026 começar em março com o GP da Austrália.