Unimed Goiânia é autuada por limitar terapias para crianças autistas

O Procon Goiás autuou a Unimed Goiânia após identificar práticas irregulares na oferta de terapias a pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A investigação apontou recusa de atendimentos, demora no acesso a consultas e redução da carga horária de terapias essenciais, o que contraria normas da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Cerca de 20 denúncias chegaram ao órgão nos últimos meses. Entre elas, relatos de que a junta médica do plano reduziu de forma drástica o número de horas prescritas por especialistas. Em um dos casos, o médico recomendou 20 horas semanais de fonoaudiologia, mas a equipe do plano autorizou apenas quatro. Situação semelhante ocorreu com sessões de psicologia, terapia ocupacional e psicopedagogia.

Segundo o superintendente do Procon, Marco Palmerston, a interrupção ou redução inadequada do tratamento pode provocar retrocessos graves no desenvolvimento. Crianças que já haviam avançado na comunicação podem perder habilidades adquiridas, o que compromete aautonomia e qualidade de vida.

Outro ponto da autuação envolve o descredenciamento de clínicas especializadas, como as que ofereciam atendimento em ABA, fonoaudiologia e psicopedagogia. Quase 50 denúncias relatam prejuízos provocados pela mudança. O plano informou que novas unidades assumiriam a demanda, mas não comprovou capacidade técnica ou de absorção adequada do número de pacientes.

O Procon considerou que houve falhas na prestação de serviço, descumprimento de cobertura obrigatória e falta de transparência. A Unimed Goiânia terá 20 dias para apresentar defesa. Em nota, a cooperativa afirmou que mantém diálogo com os órgãos competentes e reforçou o compromisso em ampliar e qualificar a rede de atendimento voltada a pacientes com TEA.

Foto: Divulgação