Empresário conhecido como “Rei da Sucata” é alvo de esquema bilionário no DF
DM Redação
Publicado em 28 de agosto de 2025 às 11:37 | Atualizado há 9 horas
O empresário Rodrigo Leonardo de Lima Alcântara, conhecido como “Rei da Sucata”, voltou a ser investigado quatro anos após ter sido preso em Belo Horizonte por comércio ilegal de cobre roubado. Agora ele é apontado como líder de um esquema bilionário de fraude fiscal desmantelado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). De acordo com as investigações, Alcântara comandava uma rede de empresas fantasmas, movimentações financeiras suspeitas e lavagem de dinheiro. A operação da PCDF cumpriu 15 mandados de busca e apreensão, apreendeu 11 imóveis e bloqueou cotas de fundos de investimento avaliadas em 95 milhões de reais.
O esquema começou em junho de 2021, com a abertura da primeira de 31 empresas de fachada, criadas apenas para emitir notas fiscais falsas. Uma dessas empresas chegou a movimentar 63 milhões de reais em notas frias em apenas dois dias. Muitas dessas empresas estavam registradas em nome de pessoas humildes, inclusive beneficiárias do Bolsa Família, e simulavam operações de compra e venda de metais.
O dinheiro ilegal era enviado para duas empresas de fachada no Tocantins e depois retornava para o núcleo principal do esquema, em Minas Gerais, com ramificações em Goiás e Espírito Santo. Segundo a delegada Marcela Lopes, chefe-adjunta da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Ordem Tributária, os “testas de ferro” eram empregados de empresas ligadas ao mentor do esquema.
A lavagem de dinheiro também usava fundos de investimento para dar aparência legal às movimentações. Em um dos fundos analisados, mais de 90% dos direitos creditórios estavam ligados a empresas do grupo. Além disso, o patrimônio do grupo incluía 90 veículos, um helicóptero, um avião King Air avaliado em cerca de 10 milhões de reais e um haras em Minas Gerais que movimentava valores 17 vezes maiores que a renda declarada de Alcântara.
Rodrigo Alcântara já havia sido investigado antes por ser um dos maiores receptadores de cobre roubado do país, que depois era vendido para indústrias após ser triturado e derretido. Na época, a Receita Estadual estimou prejuízo de 250 milhões de reais em impostos sonegados. A investigação agora segue para detalhar o papel de cada pessoa envolvida e rastrear o dinheiro do esquema. Alcântara e outros investigados podem responder por organização criminosa, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e crimes tributários.