Como será o julgamento de Bolsonaro no STF?

O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para o próximo dia 2 de setembro de 2025 o início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus acusados de liderar uma trama golpista após a derrota nas eleições de 2022. A ação é considerada o processo central do caso, definido pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como o “núcleo crucial” da tentativa de golpe.

As sessões ocorrerão na Primeira Turma do STF, sob a presidência do ministro Cristiano Zanin, nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, abrirá os trabalhos com a leitura do relatório e, em seguida, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentará a acusação. As defesas terão direito a até uma hora de sustentação oral cada.

Réus e acusações

Além de Bolsonaro, entre os réus estão Mauro Cid (ex-ajudante de ordens), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Walter Braga Netto (ex-ministro, único réu preso). Eles são acusados de crimes como organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, além de dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Segundo a denúncia, Bolsonaro teria liderado um plano para se manter no poder, incluindo ataques às urnas eletrônicas, incitação de militares e elaboração de minutas de decretação de estado de sítio.

Público recorde

O julgamento desperta enorme atenção. O STF recebeu mais de 3,3 mil pedidos de pessoas interessadas em acompanhar as sessões, mas apenas cerca de 1,2 mil poderão ter acesso presencial, por meio de credenciamento. A imprensa também demonstrou interesse: foram mais de 500 solicitações de credenciamento de veículos de comunicação.

Possíveis consequências

Se condenado, Bolsonaro pode receber pena que ultrapassa 30 anos de prisão, o julgamento é considerado um dos mais importantes da história recente do Brasil, com forte impacto político e institucional.