Internacional

Impactos do 11 de setembro: 24 anos depois, a tragédia ainda faz vítimas

Léo Carvalho

Publicado em 11 de setembro de 2025 às 07:00 | Atualizado há 12 horas

Após os ataques, os EUA intensificaram a política de combate ao terrorismo. Foram aprovadas leis mais rígidas de vigilância e iniciadas guerras no Afeganistão e no Iraque | Foto: Exame
Após os ataques, os EUA intensificaram a política de combate ao terrorismo. Foram aprovadas leis mais rígidas de vigilância e iniciadas guerras no Afeganistão e no Iraque | Foto: Exame

Nesta quarta-feira, 11 de setembro, completam-se 24 anos de uma das maiores tragédias do século XXI. A data ocupa um lugar singular na memória coletiva mundial. Naquela manhã de 2001, terroristas coordenados pela organização AL-Qaeda promoveram atentados contra os Estados Unidos, deixando cerca de três mil mortos e milhares de feridos.  

Os terroristas sequestram quatro aviões comerciais e atacaram alvos estratégicos do Estado norte-americano. Dois deles atingiram as Torres Gêmeas do World Trade Center (WTC), em Nova York, e um outro colidiu contra o Pentágono, em Washington. A quarta aeronave caiu em um campo na Pensilvânia, após a reação heroica dos passageiros.

Consequências dos atentados

E, mesmo após mais de duas décadas, a tragédia do 11 de setembro ainda faz vítimas. De acordo com dados recentes do Programa de Saúde do World Trade Center (WTC), divulgados pelo jornal diário New York Post, o número de pessoas diagnosticadas com diferentes tipos de câncer relacionados à exposição durante os ataques já superou o total de mortes registradas no dia dos atentados, em 2001.

O levantamento revela que, nos últimos cinco anos, mais de 48,5 mil socorristas e sobreviventes desenvolveram algum tipo de câncer associado à exposição durante os atentados. O índice representa um aumento de 143% em comparação à incidência da doença na população em geral, especialmente entre pessoas afetadas na faixa etária dos 50 e 60 anos.

Em 2024, segundo o jornal estadunidense, a procura por exames e tratamentos médicos oferecidos pelo Programa de Saúde do World Trade Center atingiu níveis recordes. De acordo com a publicação, até março de 2025, entre os cerca de 130 mil beneficiados pelo programa, mais de 8,2 mil pessoas morreram, em princípio, em decorrência de algum tipo de câncer.

Cânceres relacionados

Os tipos de câncer mais frequentes entre os sobreviventes afetados pela tragédia incluem pele, próstata e mama, seguidos por melanoma, linfomas, leucemias e tumores de tireoide, rim, pulmão e bexiga. Especialistas apontam que essas doenças estão relacionadas à exposição a substâncias tóxicas liberadas durante o colapso das Torres Gêmeas e no aterro sanitário Fresh Kills, em Staten Island.

O aterro concentrou o maior depósito de resíduos sólidos de Nova York durante grande parte do século XX. Após os atentados de 11 de setembro de 2001, o local passou a ser usado como área de triagem e descarte dos destroços provenientes das torres.

Pressão política

Recentemente, Donald Trump promoveu cortes e reestruturações no Programa de Saúde do WTC, que gerou preocupação entre defensores dos direitos das vítimas e sobreviventes dos atentados de 11 de setembro. A procuradora-geral de Nova York, Letitia James, liderou, em maio de 2025, uma coalizão de outros 38 procuradores-gerais para pressionar o Congresso americano a tomar medidas imediatas para lidar com a crise de financiamento que ameaça a continuidade do programa.  

Nesta semana, uma nova frente de socorristas e sobreviventes planeja ir a Washington para pressionar o Congresso pela aprovação de medidas que garantam a continuidade dos atendimentos médicos às vítimas da tragédia.


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