Defesa de Bolsonaro considera penas excessivas e anuncia recursos “inclusive no âmbito internacional”
DM Redação
Publicado em 12 de setembro de 2025 às 10:40 | Atualizado há 4 horas
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que irá recorrer da condenação imposta pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) na noite desta quinta-feira (11/09). Bolsonaro recebeu pena de 27 anos e três meses de prisão em regime fechado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência, grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
Os advogados Celso Vilardi e Paulo Amador da Cunha Bueno qualificaram as penas como “absurdamente excessivas e desproporcionais” e anunciaram a intenção de recorrer inclusive “no âmbito internacional”. A defesa sustenta que Bolsonaro não atentou contra o Estado Democrático, jamais participou de qualquer plano golpista e não se envolveu nos atos de 8 de janeiro.
Os advogados criticaram a falta de tempo hábil para analisar todas as provas e alegam que o ex-presidente deveria ter sido julgado pela primeira instância ou pelo Plenário do STF. A expectativa é de que o tom pouco cerimonioso adotado pelos ministros, incluindo piadas e reações de compadrio, possa gerar repercussão internacional.
Defensores dos réus avaliam que a decisão pode provocar reação do governo Donald Trump, devido às altas penas aplicadas, inclusive a integrantes idosos, com regime fechado. Também apontam que o STF subiu o tom em reação ao voto do ministro Luiz Fux, e que o padrão poderá se repetir nos demais núcleos da trama golpista.
Foto: Gustavo Moreno/STF