Bolsonaro deixa prisão domiciliar sob forte escolta para fazer exames em Brasília
DM Redação
Publicado em 14 de setembro de 2025 às 10:50 | Atualizado há 5 horas
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou a prisão domiciliar neste domingo (14/09) para realizar exames médicos em um hospital particular de Brasília. Acompanhado por forte escolta da Polícia Penal do Distrito Federal, ele deixou sua residência por volta das 8h da manhã. O carro passou por vistoria antes de sair, conforme determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
A defesa informou que Bolsonaro passou por um procedimento ambulatorial para remoção de lesões cutâneas. O relatório médico menciona um “nevo melanocítico” e uma “neoplasia de comportamento incerto”, lesões que exigem retirada para análise. O procedimento teve duração estimada de 30 minutos, sem necessidade de internação, com alta prevista para o mesmo dia.
Cerca de 20 apoiadores esperavam Bolsonaro na entrada do hospital, com bandeiras do Brasil, de Israel e dos Estados Unidos. O ex-presidente acenou discretamente, sem falar com a imprensa. A presença de um homem armado com fuzil e outros agentes chamou atenção pela rigidez da escolta.

Bolsonaro cumpre prisão domiciliar em caráter cautelar, relacionada à violação de medidas durante o processo da tentativa de golpe. A pena de 27 anos e 3 meses ainda aguarda o fim dos recursos. O STF estima que o julgamento dos embargos deve ocorrer entre outubro e dezembro.
Advogados articulam a manutenção do ex-presidente em prisão domiciliar com base em laudos médicos. Em agosto, Bolsonaro passou por exames para investigar refluxo, soluços e infecções pulmonares, sequelas ligadas à facada que sofreu em 2018. A defesa busca evitar uma eventual detenção na Papuda ou em unidade da Polícia Federal.
Pessoas próximas ao ex-presidente relatam abalo emocional, embora evitem o termo depressão. A ausência dele nas sessões do STF foi atribuída a problemas de saúde, como vômitos e crises de soluço. Esse movimento teria reforçado a estratégia jurídica para manter o regime domiciliar.
Foto: Getty Images | Tânia Rêgo/Agência Brasil