Vídeo viral: homem confunde vaga para autistas e gera polêmica na internet
Léo Carvalho
Publicado em 16 de setembro de 2025 às 11:08 | Atualizado há 4 horas
Um vídeo recente que circula nas redes sociais evidencia como a falta de informação pode transformar um gesto de inclusão em alvo de ataques infundados. Nas imagens, um homem se revolta ao se deparar com uma vaga de estacionamento reservada a pessoas neurodiversas — grupo que inclui autistas, indivíduos com TDAH, dislexia e outras condições. O episódio aconteceu no estacionamento de um shopping de Palmas (TO).
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Sem compreender o significado do termo, ele associa a sinalização à comunidade LGBTQIAP+ e, em tom exaltado, chega a chamar a iniciativa de “desgraça”, além de vincular a ação, de forma pejorativa, ao Partido dos Trabalhadores (PT).
Web reage
Mas a ignorância, apesar de carregada de sentimento político, foi rapidamente contida por uma enxurrada de comentários em defesa dos direitos das pessoas neurodiversas. “Foi o PT que fez mesmo, onde já se viu a direita exigir vaga para neurodivergentes? Eles nem sabem o que é isso”, disse um internauta. Outro comentou: “Não é falta de atenção… é analfabetismo mesmo!”
O episódio também reforça a polarização política, ultrapassando a questão da inclusão. Uma internauta escreveu: “Eleitor do Bolsonaro não para de passar vergonha, um pior que o outro, igual a quem eles idolatram.”
Uma internauta mais consciente comentou sobre o episódio: “Isso é perigoso demais, pessoa destilando ódio e ainda achando que tá abafando, isso não é só um erro de interpretação por falta de conhecimento, isso é uma revelação do caráter da pessoa. Imaginem se chega alguém neurodiversa para estacionar: Esse senhor seria capaz de agredir a pessoa, isso é sério, gente!”
O episódio foi revelado pelo perfil do ‘Estado do Pará News’, no Instagran, que mostra como a ignorância ainda ocupa espaço de destaque no debate público, sobretudo quando se soma à intolerância e à politização desmedida. Em vez de reconhecer a importância de medidas que ampliam a acessibilidade e garantem respeito às necessidades específicas de milhões de brasileiros, a reação se torna um ataque carregado de preconceito.
É preciso frisar que vagas destinadas à neurodiversidade têm a mesma função social de outras sinalizações já consolidadas, como as exclusivas para idosos e pessoas com deficiência. São instrumentos de equidade, não privilégios. A atitude registrada no vídeo, portanto, não é apenas um erro de interpretação: é sintoma de como a desinformação, quando encontra terreno fértil na falta de empatia, transforma inclusão em alvo de chacota.
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