Cotidiano

Dia Mundial do Coração traz preocupação com saúde infantil

Léo Carvalho

Publicado em 26 de setembro de 2025 às 09:43 | Atualizado há 2 dias

Hábitos adquiridos na infância, como alimentação saudável e atividade física, podem reduzir em até 80% o risco de doenças cardíacas no futuro | Foto: Visioncor
Hábitos adquiridos na infância, como alimentação saudável e atividade física, podem reduzir em até 80% o risco de doenças cardíacas no futuro | Foto: Visioncor

Hábitos saudáveis desde a infância podem reduzir em até 80% o risco de doenças cardiovasculares, segundo especialistas. A atenção à saúde do coração ganha ainda mais destaque com a proximidade do Dia Mundial do Coração, celebrado na próxima segunda-feira, dia 29, data criada pela Federação Mundial do Coração (WHF) para conscientizar sobre prevenção e qualidade de vida.

No Brasil, as doenças cardiovasculares continuam sendo a principal causa de morte, responsáveis por cerca de 400 mil óbitos anuais, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) — uma vida perdida a cada 90 segundos. Globalmente, a Federação Mundial do Coração estima 20,5 milhões de mortes por ano, sendo 85% delas relacionadas a infartos e AVCs.

Em Goiás, o cenário da saúde infantil segue preocupante. Dados da Secretaria Estadual de Saúde apontam que, em 2022, 10,2% das crianças de até 10 anos estavam obesas, o que corresponde a mais de 34 mil crianças. Embora o índice tenha sido maior em 2021, chegando a 11,6%, especialistas alertam que os níveis ainda permanecem elevados.

Entre 2018 e 2021, o estado registrou crescimento de 6% nos casos de excesso de peso e 16% nos casos de obesidade especificamente, quadro que aumenta o risco de hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares precoces.

Vida adulta

A preocupação não se limita aos pequenos. Entre janeiro e abril de 2022, levantamento com mais de 5 mil adultos goianos mostrou que 57,3% estavam acima do peso e 22,6% foram diagnosticados com hipertensão. Além disso, 13,1% da população adulta é fumante, fator que agrava os riscos cardíacos. Apesar disso, houve avanços: entre 2019 e 2023, o estado reduziu em 38,2% a mortalidade geral, evitando quase 2 mil mortes relacionadas a doenças do coração, reflexo de esforços em prevenção e tratamento.

Para a cardiopediatra Mirna de Sousa, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o combate a essas doenças começa em casa. “Os hábitos alimentares e o estilo de vida que uma criança adota vão refletir diretamente na fase adulta”, pontua.

“Os hábitos alimentares e o estilo de vida que uma criança adota vão refletir diretamente na fase adulta”, diza cardiopediatra Mirna de Sousa | Foto: Divulgação

Alimentação infatil

Segundo a especialista, estimular alimentação natural, reduzir o consumo de ultraprocessados e valorizar brincadeiras ativas são atitudes simples, mas de grande impacto. Noites de sono adequadas e momentos em família ajudam a consolidar essas escolhas. “Cuidar do coração das crianças é investir em um futuro com mais energia, disposição e menos riscos de doenças”, completa.

A cardiopediatra Mirna de Sousa frisa os cuidados que ajudam a proteger o coração das crianças e trazem benefícios na vida adulta:

– Incentivar refeições equilibradas, com alimentos naturais e menos industrializados;

– Evitar excesso de açúcar, sódio e gorduras saturadas;

– Estimular a prática regular de atividades físicas, inclusive em brincadeiras ao ar livre;

– Manter uma rotina de sono adequada;

– Promover momentos em família que reforcem a importância de escolhas saudáveis.

No Brasil e no mundo, a mensagem é clara: prevenir é mais eficaz do que tratar. E começar cedo pode ser decisivo para garantir uma vida mais longa e saudável.


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