Megaoperação mira rede de postos usada pelo PCC 

Uma megaoperação deflagrada neste sábado (4) em São Paulo teve como alvo empresários suspeitos de usar uma rede de postos de combustíveis para lavar dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC). A ação contou com dezenas de mandados de busca e apreensão em cidades da Grande São Paulo, interior e litoral, incluindo Santo André, Osasco, Barueri, Bertioga e Campos do Jordão.

As investigações indicam que o grupo criminoso movimentou valores bilionários entre 2020 e 2024 por meio de empresas de fachada, fintechs e gestoras financeiras. O esquema seria comandado por integrantes ligados ao núcleo econômico da facção, responsáveis por ocultar o patrimônio obtido com o tráfico de drogas e outros crimes.

Segundo a apuração, os postos investigados declaravam arrecadação tributária irrisória em comparação ao volume financeiro movimentado. Em muitos casos, as empresas recolhiam menos de 0,2% de tributos sobre o faturamento declarado, o que levantou suspeitas de fraude e lavagem de dinheiro. Parte das transações era feita por meio de “contas bolsão” em fintechs, nas quais os valores de diferentes empresas eram misturados para dificultar o rastreamento dos recursos.

A operação também determinou o bloqueio e sequestro de bens dos investigados, além da quebra de sigilo bancário e fiscal. De acordo com os investigadores, a estrutura montada pelo grupo tinha características empresariais sofisticadas e envolvia gestores financeiros, contadores e sócios ocultos.

Essa é uma das maiores ofensivas já realizadas contra o braço econômico do PCC. A Polícia Civil e o Ministério Público afirmam que a facção expandiu sua influência para o mercado formal, especialmente no setor de combustíveis, como forma de legitimar e multiplicar o dinheiro oriundo de atividades ilícitas.

Alguns dos empresários citados negaram participação no esquema e afirmaram, por meio de advogados, que irão colaborar com as investigações e comprovar a origem lícita de seus negócios.