Cotidiano

Outubro Rosa destaca a importância do autocuidado e dos exames preventivos

DM Redação

Publicado em 9 de outubro de 2025 às 09:08 | Atualizado há 8 horas

O Outubro Rosa é um movimento global de conscientização sobre o câncer de mama, o tipo mais prevalente entre as mulheres no mundo. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2024 cerca de 73 mil mulheres receberam o diagnóstico da doença no Brasil, o que representa uma taxa de 61,6 casos a cada 100 mil mulheres. No cenário mundial, foram mais dois milhões de novos casos em 2024, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Além de representar um desafio à saúde física e emocional, o câncer de mama pode ter impactos diretos na fertilidade. Tratamentos como quimioterapia e radioterapia afetam os ovários, reduzindo a quantidade e a qualidade dos óvulos o que em alguns casos pode levar à menopausa precoce.

A gravidade desses efeitos varia conforme a idade da paciente, o tipo de medicamento e a dose utilizada. Mulheres mais jovens, por exemplo, tendem a ter uma maior reserva ovariana e, portanto, chances mais altas de recuperar a função reprodutiva após o tratamento.

“A boa notícia é que o diagnóstico de câncer de mama não significa o fim do sonho de ser mãe. Hoje a medicina dispõe de técnicas seguras e eficazes para preservar a fertilidade”, explica o ginecologista José Ricardo Lopes Filho, Einstein Goiânia.


Oncofertilidade: esperança para o futuro

A oncofertilidade é a área médica que atua na preservação da fertilidade de pacientes que enfrentam o câncer. Antes de iniciar o tratamento oncológico, a paciente pode recorrer a diferentes alternativas para garantir a possibilidade de engravidar no futuro.

O método mais utilizado é o congelamento de óvulos, realizado após um processo de estimulação ovariana com hormônios. Os óvulos maduros são então coletados e submetidos à vitrificação, técnica que os armazena em nitrogênio líquido a -196 °C, preservando sua viabilidade por tempo indeterminado.

Outras opções incluem o congelamento de embriões (fecundados previamente em laboratório) e o congelamento de tecido ovariano, indicado especialmente para meninas e adolescentes que ainda não atingiram a maturidade reprodutiva.

“O ideal é que a mulher diagnosticada busque um especialista em reprodução assistida antes de iniciar a quimioterapia ou radioterapia. Esse acompanhamento permite planejar o futuro com segurança, mesmo diante do tratamento”, ressalta o médico.

As causas do câncer de mama são multifatoriais combinam aspectos genéticos, hormonais, comportamentais e ambientais. Entre os principais fatores de risco estão:

  • Histórico familiar de câncer de mama ou ovário;
  • Idade acima de 40 anos;
  • Sedentarismo e obesidade;
  • Consumo frequente de álcool;
  • Uso prolongado de terapia hormonal sem acompanhamento médico;
  • Primeira menstruação precoce e menopausa tardia.

Os sintomas mais comuns incluem nódulos endurecidos e indolores nas mamas ou axilas, alterações na pele (como aparência de “casca de laranja”) e secreções anormais pelos mamilos.

A mamografia continua sendo o exame mais eficaz para detecção precoce. A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) recomenda que mulheres com risco habitual realizem o exame anualmente a partir dos 40 anos.

“Conhecer o próprio corpo é essencial. O autoexame ajuda a identificar alterações, mas não substitui os exames clínicos. O diagnóstico precoce aumenta muito as chances de cura”, reforça o médico.

O INCA estima que o Brasil registre cerca de 74 mil novos casos de câncer de mama em 2023, o que reforça a necessidade de prevenção, informação e diagnóstico precoce.

O médico lembra que, além dos exames, é importante manter hábitos de vida saudáveis como alimentação equilibrada, prática regular de atividades físicas e controle do peso corporal para reduzir os riscos da doença.

“A mulher deve ser vista de forma integral. O Outubro Rosa é o momento de falar sobre prevenção, sobre saúde reprodutiva e sobre o bem-estar físico e emocional. É um convite para que cada mulher cuide de si com mais atenção e carinho”, enfatiza o ginecologista José Ricardo Lopes Filho.

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