Investidores perdem até 93% em COEs ligados à Ambipar e Braskem
DM Redação
Publicado em 9 de outubro de 2025 às 09:49 | Atualizado há 8 horas
Os Certificados de Operações Estruturadas (COEs) ligados às empresas Ambipar e Braskem provocou uma das maiores perdas já registradas no mercado de investimentos brasileiro. Investidores que aplicaram valores altos viram quase todo o capital desaparecer, com resgates equivalentes a apenas 7% do valor inicial. Em alguns casos, aplicações de centenas de milhares de reais retornaram em poucos milhares, transformando milhões em centavos.
Os COEs, vendidos por grandes corretoras como XP e BTG Pactual, estavam atrelados a dívidas corporativas das duas companhias. Quando os títulos de referência dessas empresas despencaram, cláusulas de vencimento antecipado foram acionadas, forçando a liquidação imediata e cristalizando o prejuízo. No caso da Ambipar, investidores receberam cerca de 6,8% do capital investido. Já os COEs vinculados à Braskem devolveram entre 26% e 36%, dependendo da estrutura de cada produto.
As perdas expuseram falhas graves na comunicação com investidores, que afirmam não terem sido informados com clareza sobre os riscos de crédito e a possibilidade de perder praticamente tudo. O COE, vendido como alternativa “inteligente” à renda fixa, combina características de renda variável e derivativos complexos, o que o torna vulnerável a oscilações extremas.
Sem cobertura do Fundo Garantidor de Créditos, os aplicadores ficaram sem proteção. Analistas do mercado financeiro apontam que o caso pode pressionar a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a endurecer as regras de transparência na oferta de produtos estruturados.