Cotidiano

WePink é investigada por práticas abusivas

DM Redação

Publicado em 15 de outubro de 2025 às 11:44 | Atualizado há 5 horas

Uma decisão da Justiça determinou que a empresa da influenciadora Virginia Fonseca, a WePink, ofereça atendimento humano aos consumidores, e não apenas automatizado, além de proibir a realização de lives até o julgamento da ação.

A empresa, cujo faturamento chega a R$ 750 milhões, está sendo investigada em um processo judicial movido pelo Ministério Público e pelo Procon Goiás. Segundo o processo, a empresa já foi autuada pelo Procon por atrasos e falta de entrega, além de recusa de reembolso a clientes que cancelaram compras. Em razão dessas ações reiteradas, o MP pede uma indenização coletiva de R$ 5 milhões por práticas abusivas, além de indenizações individuais cujo valor será definido durante o processo.

O promotor de Justiça de Goiás, Élvio Vicente da Silva, aponta que a WePink utilizou estratégias de “flash sales”, criando um senso artificial de urgência que incentivava compras impulsivas, explorando a vulnerabilidade psicológica de consumidores. A situação se agrava pelo uso da imagem da influenciadora, confiável para milhares de seguidores.

Em 2025, foram registradas 30 mil reclamações no site RECLAMEAQUI até a data da ação. Em 2024, esse número chegou a 90 mil, e estima-se que o total de consumidores afetados possa chegar a 300 mil, incluindo aqueles que não registraram queixa formal. No Procon Goiás, foram registradas cerca de 340 reclamações entre 2024 e 2025.

O promotor também destacou a remoção de comentários negativos nas redes sociais, caracterizando censura. Além disso, a dificuldade de contato com a empresa se agravava pelo atendimento automatizado, o que motivou a liminar para que a WePink ofereça atendimento humano em múltiplos canais, incluindo telefone.

O caso tramita na 14ª Vara Cível e Ambiental do Tribunal de Justiça de Goiás. A liminar foi concedida em 10 de outubro, após pedido do MP, que argumentou que a demora na decisão poderia causar mais prejuízos aos consumidores. A medida é provisória e não encerra o processo, que ainda será julgado quanto ao mérito.

Leia também

Siga o Diário da Manhã no Google Notícias e fique sempre por dentro

edição
do dia

Impresso do dia