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Votação na Alego revela grupo contrário à ampliação do Daia

A aprovação essa semana na Assembleia Legislativa de projeto de lei que garantiu a transferência de áreas da Plataforma Logística Multimodal para a Codego, com o objetivo de ampliar o Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia), representa o desfecho de uma história acompanhada de perto por quem é da cidade e, lógico, trabalha para seu desenvolvimento.

Dois fatos do passado são decisivos para que o setor produtivo anapolino comemorasse hoje a tão esperada possibilidade de expansão do Daia.

O primeiro deles, e mais difundido, é a decisão do então candidato ao governo de Goiás Ronaldo Caiado (DEM), em setembro de 2018, de endurecer as críticas contra a decisão já tomada de José Eliton (PSDB) de leiloar grande parte da área da Plataforma Logística. Líder isolado nas pesquisas naquele momento, Caiado prometeu, caso vencesse nas urnas, anular o certame e transformar a devolução do dinheiro em precatório. Conseguiu espantar interessados e preservar o patrimônio público.

Praticamente um ano depois, em agosto de 2019, já eleito, Caiado participou da Expo Anápolis, evento organizado pela Acia no centro de convenções. Após ouvir o prefeito Roberto Naves (PP) falar das dificuldades e apresentar perspectivas para a criação de espaços para a cidade receber novas empresas, o chefe do Executivo estadual anunciou o repasse da área da Plataforma Logística para instalação de novas plantas industriais.

Desde aquele momento os políticos, entidades e empresários anapolinos aguardavam a consolidação dessa promessa. Portanto, o envio à Assembleia do projeto de lei para transferência das áreas para a Codego, para quem conhece a história recente de Anápolis, representa o resgaste de um compromisso histórico e justo.

Nomeado relator na Comissão Mista que analisou matérias nessa fase de sessões extraordinárias na Alego, o deputado Amilton Filho (SD) teve que não apenas correr atrás para emitir o parecer técnico favorável à transferência das áreas da Codego com a urgência que o momento exigia, mas também articular para neutralizar deputados que queriam postergar a sua aprovação.

Três parlamentares pediram vista do projeto do governo na Comissão Mista: Delegada Adriana Accorsi (PT), Major Araújo (PSL) e Lêda Borges (PSDB). Acabaram devolvendo o texto sem qualquer manifestação. Mais tarde, já na votação em plenário, outros cinco deputados se juntaram ao trio para votar contra a proposta que permitirá a expansão do Daia: Alysson Lima (Solidariedade), Cláudio Meirelles (PTC), Delegado Humberto Teófilo (PSL), Delegado Eduardo Prado (DC) e Talles Barreto (PSDB).

Esses deputados votaram contra a propositura, mesmo após ouvir a manifestação de Amilton Filho sobre a importância da transferência das áreas para que Anápolis volte ao seu processo de industrialização. A alegação, superficial, é de que a Codego esteve envolvida em suspeitas de irregularidades no passado. Ao defender o projeto, o deputado Antônio Gomide (PT) ensinou aos colegas como a oposição deve agir. Ele elogiou a iniciativa do governo, ressaltou a importância dela para a cidade de Anápolis e disse que cumpre a ele, a partir de agora, fiscalizar a execução daquilo prometido por Caiado.

Os oito deputados contrários à expansão do Daia estão bem distantes de Anápolis, por isso não tem noção da luta que antecedeu o projeto de lei. Lêda Borges é de Valparaíso de Goiás. Os outros são de Goiânia. Alysson Lima, por exemplo, é o deputado que queria incluir Anápolis na região metropolitana da Capital, um projeto de lei inventado por ele sem consultar as lideranças locais e, por isso, alvo de uma enxurrada de críticas.

Embora contrários à expansão industrial anapolina, os deputados tiveram apoio de eleitores da cidade em 2018. Major Araújo, por exemplo, levou 2.612 votos. Humberto Teófilo conquistou 653 e Alysson Lima, 644 votos. No ano que vem, em novo pleito, eles devem voltar a Anápolis. Vão ter que explicar porque não concordaram com um projeto essencial para que a cidade volte a crescer.

RAIO-X

Porque o projeto aprovado na Assembleia Legislativa é bom para Anápolis

As áreas que serão repassadas ao Daia já possuem infraestrutura constituída, como ruas abertas e pavimentadas, energia elétrica e água. São oriundas do desmembramento de parte da gleba 21 e toda a gleba 27, totalizando 1.163.427,17 metros quadrados. Juntas, as duas áreas foram avaliadas pela Secretaria de Estado da Administração em R$ 166.555.774,06. As glebas estão contíguas à área pertencente ao Porto Seco.

A área toda, que hoje está sem utilização adequada, é composta por 108 lotes que serão comercializados pela Codego dentro de rigorosos critérios estabelecidos por lei.

Segundo o governo, a definição das duas áreas repassadas à Codego levou em consideração o cuidado para se preservar o bom funcionamento do aeroporto de cargas de Anápolis.

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