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CAFÉ COM O PSICANALISTA

Já disse sim, mas querendo dizer não?

“Toda vez que você diz sim, querendo dizer não, morre um pedacinho de você.” - Albert Einstein

Imagem ilustrativa da imagem Já disse sim, mas querendo dizer não?

Estamos em pleno janeiro branco, este mês dedicado à reflexão e ações que evidencia o cuidado com a saúde mental, e a cada ano que passa se torna mais urgente a consecução de demandas sobre esta temática. E neste ano de 2024 o mês do janeiro branco tem como tema: “Saúde Mental enquanto há tempo! O que fazer agora?” Evidenciando a necessidade de ações culturais e estruturais de reflexão sobre a temática, seja por órgãos públicos ou privados. Mas aqui gostaria de refletir contigo sobre ações internas, as mais difíceis de serem encaradas e que causam tanta dor em nós.

A busca pela autenticidade e o desafios de ser nós mesmos é algo que diariamente encontro na clínica, mas basta um olhar mais apurado que encontramos em nossas casas, trabalho, relacionamentos e em cada olhar mais sincero em nós mesmos.

Quem sou eu e o que diz este outro sobre mim? Desde crianças convivemos e aprendemos a sobreviver a partir deste outro, la atrás pelos primeiros que nos rodeavam e a medida que crescemos outros “outros” foram surgindo, contudo ainda podemos lidar com estes da mesma forma. Ou seja, fazer ou deixar de fazer algo por causa deste olhar, que pode me reprimir ou não permite que eu apenas seja sincero comigo mesmo.

Sempre digo na clinica que somos adultos muito obedientes aos nossos pais, que seguimos até hoje os passos e limites impostos por eles. E até mesmo no que eu faço, aceito fazer ou não aceito para mim.

Quase todo dia, seja na clinica ou em comentários em minhas redes sociais pessoas desabafam dizendo: “eu não consigo falar não para os outros, e com isso eu me prejudico”. E este é um tema que precisamos falar no janeiro branco. Por que não consigo dizer o que, de fato eu quero, mas eu insisto em me limitar porque o outro espera que eu diga sim. E quando isto se torna parte rotina, há uma processo de descaracterização do individuo, pois ele não sabe mais o que de fato, ele gosta ou deseja, pois estão há tanto tempo fazendo somente o que o outro espera dele, e assim cumprindo a difícil tarefa de ser o bonzinho, caridoso, prestativo, educado e que se dá bem com todos.

Neste momento para não se criar uma guerra externa ele cria um guerra de muito sofrimento interno. E paga um preço algo para manter este status de sempre agradar, e muitas vezes porque já na infância ele se portava com os seus pais desta forma, pois queria apenas ser amado e desejado por eles. E por este motivo se torna tão difícil sair deste ciclo de repetição.

Mas te digo hoje: é possível se permitir ser você mesmo, e dizer a partir de você seu sim ou não. Iniciar um processo de autocuidado e autoconhecimento é essencial para este processo. E este mês do janeiro branco talvez seja uma otima oportunidade para se questionar sobre isto! E perceber que você pode se reconhecer como uma pessoa que possui a si mesmo, com seus desejos e possibilidades.

Se permita perceber se faz sentido o alto preço que você tem pago em não ser você mesmo, e talvez o preço a pagar por ser autentico faça mais sentido.

Seja sincero contigo, e me conte mais sobre como tem se sentido lá no meu divã no instagram @eliassilva.psi

E seja bem-vindo à este lugar de conversa, partilha e acima de tudo de escuta!

Bom café a todos!

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