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ENTREVISTA

Entrevista: Faria fala sobre "Blackout" e dá spoilers de novo álbum

Cantor comenta sobre seu último lançamento e avalia o ano de 2023 como artista

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O cantor Faria é uma das apostas para a música nacional e está trabalhando na divulgação de seu mais recente single "Blackout". E, por isso, o artista conversou com a redação do Diário da Manhã para falar sobre a sua carreira e planos, confira:

DM: Qual o motivo do nome “Faria”?

Eu tenho Faria no nome e, na verdade, meu pai também trabalha no nome artístico, meu pai é produtor musical, só que ele não produz as minhas coisas. Então, a gente trabalha com música, mas ele trabalha com novela, com música instrumental, e eu trabalho com música cantada. Só que o nome artístico dele é Alexandre de Faria. Então, se eu fizesse João Gabriel de Faria, ou João Gabriel, que é uma coisa muito já manjada, seria ruim. Então, precisava achar uma alternativa entre João Gabriel e João Gabriel de Faria, entendeu?

Eu precisava achar alguma coisa que fosse comum e que também não ficasse muito ligada a ele, né? Então, acho que o nome só, por mais que seja um verbo, eu fiquei pensando se isso ia ser ruim pra minha carreira, mas foi bom, deu certo, sabe? Deu certo.

DM: Para começar, eu quero falar do seu lançamento mais recente, que é Blackout! Como foi a produção?

Na verdade, foi muito doido porque eu tenho o costume de escrever sozinho, né, ou com pessoas que eu tenho muita intimidade, assim. Dessa vez eu contratei o Lucas Vaz, que é um produtor que trabalha com nomes maiores, tipo Luísa Sonza, Vivi, a própria Anitta, então foi um processo, tipo assim, estou realmente lidando com alguém da indústria grande, então era um processo de descoberta pra mim também, era tudo novo.

E aí junto com ele eu chamei, quer dizer, eu pedi para que ele entrasse em contato com compositores e compositores que pudessem somar esse projeto. A Aila, minha amiga, também começou escrevendo comigo assim e agora ela tá escrevendo pra Perla, para uma galera bem grande, e a gente fica super feliz vendo essas conquistas, né?

Eu levei ela e a Mica Condé também, que é uma amiga minha e também escreve para caramba, tem a carreira dela. E foi muito interessante assim, mas é uma jornada diferente, porque, por exemplo, essa música, por mais que ela não fale explicitamente de sexualidade, ela não fala muito, não fala sobre gênero, não fala algo específico, você tem que se abrir com os compositores, é importante que você tenha uma conversa sincera e transparente pra que eles possam tirar o melhor de você, né? Junto comigo, eu também escrevi, mas assim, pra que eles entendam a sua história.

Então, eu me abri pra pessoas que eu não conhecia ainda, o Lucas eu já conhecia, mas o resto das compositoras não. Então, foi uma coisa que você tem que aprender a lidar com essa questão, mas assim, eu já fiz muito isso de camping, né? Mas com amigos, então foi diferente. É uma coisa que você super conhece, né? Já sabem, todas são diferentes. Sempre eram pessoas que são do meio, mas são amigas também, não é uma amiga, entendeu? Então foi bem interessante, assim. A gente fez um camping de, mais ou menos, umas duas horas, porque é uma letra que não é um pop extremamente comercial.

DM: E pra falar um pouquinho mais sobre esse single, você pode falar da importância dele pra você? E como você acha que pode inspirar as pessoas com essa música?

Então, na verdade, é o seguinte. Primeiro que a importância desse single pra mim é porque eu acho que existe um discurso muito diferente das pessoas, muitas vezes nessas músicas de desapego e etc, da gente entender que a gente não precisa necessariamente de alguém. E eu vejo por um lado diferente, eu acho que a gente tem que encontrar nossa própria felicidade, mas quando a gente lida com pessoas, seja namoro, seja amizade, seja família, que ajudam a gente a despertar, isso também pode colaborar pra nossa própria felicidade, entendeu?

Eu acho que essa é a mensagem que a música a gente passa. Eu escrevi para o meu namorado, uma história que eu tava contando de como eu conheci ele, mas não é só pra namoro, é pra amigo, pra família. Eu acho que a gente lidar com o outro também ajuda a gente lidar com a gente mesmo. Eu acho que esse discurso que a gente tem que. Viver sozinho é como se, por exemplo, você se isolar numa ilha e ninguém consegue viver bem, te depende de viver em sociedade, porque o outro também mostra os nossos lados positivos e negativos.

Então eu acho que a música fala sobre isso, fala sobre como as vezes, né, esse black out, essa ideia desse nome, black out, é de como as vezes você tá no escuro e alguém consegue te mostrar a luz, mas não que você dependa da outra pessoa pra ter a luz, mas que ela te leve pra luz e lá você consiga estar na luz sozinho, mas às vezes as pessoas podem te ajudar nesse processo, você não precisa negar essa ajuda. Essa é a importância pra mim, porque eu comecei a entender pontos positivos em mim, quando eu me rodeei de pessoas que tinham troca e eu acho que a importância pros outros pode ser essa, de que elas se rodeiam de pessoas que existam uma troca, que elas se sentam confortáveis com outras pessoas. Então elas convivam com pessoas que ajudem a iluminar elas mesmas e não pessoas down, né.

DM: A música “Blackout” abre os lançamentos paro seu novo álbum, que é Coração Deserto, certo?

O Coração Deserto ele teve outros singles, mas não era a aposta comercial. Então a primeira aposta comercial é essa música. Na verdade, eu sempre que vou pensar no projeto, eu penso sempre na parte visual dele. Eu não sou uma pessoa que já investi em clipe, então eu ainda não consegui uma forma de transformar as minhas músicas em clipe como eu imagino, por isso prefiro não fazer.

Mas assim, quando eu fui pensar em como montar a tracklist de um novo projeto, eu pensei como eu poderia imaginar um conceito visual, não um conceito tipo assim que as pessoas vão ver em clipe, mas um conceito que é tipo um storytelling, né? Eu imaginei o coração reservo como uma exploração de alguém que está sempre na busca por aprovação e o deserto significaria isso, né? Está sempre na seca por amor, está sempre explorando por amor e sempre nessa seca interna, sempre com questão, com questões, sempre meio...

Porque eu acho que o deserto visualmente, se você pensar, é um espaço de reflexão, é um espaço que sempre vem em filmes, que as pessoas que vagam, até no pequeno príncipe mesmo, né? Que você está no deserto, você está sempre refletindo, é um espaço que não tem ninguém, né? Ou enfim, é um espaço de muita solidão. Então a montanha, na minha cabeça, é essa imagem de um coração que está sempre seco, necessitando de amor. Tanto é que nas capas dos singles já lançados, que não foram as apostas, mas dos singles já lançados.

DM: E por que Blackout para ser a aposta?

Blackout conta a história de como eu encontrei a pessoa que eu tô hoje, que é o meu namorado, que, na verdade, ele inicia com essa música, a primeira música do álbum é essa, e aí durante o álbum ele vai apontando as minhas jornadas até isso acontecer, entendeu?

Eu usei ela como primeira escolha, justamente por eu ter trabalhado com uma pessoa na indústria que eu sei que é mais certeira no que faz, uma pessoa que entende o mercado, então eu também não queria começar o projeto com uma música que eu não tivesse certeza, entendeu?

Porque eu acho que Blackout foi uma aposta um pouco mais pop, mais comercial, e aí vem as não tão comerciais durante o álbum, entendeu?

DM: As músicas já lançadas vão entrar no álbum também? Já tem previsão de lançamento?

Vão, vão estar no álbum. Então, eu já lancei, o álbum vai ter três parcerias, tá? O outro vai ter parceria com a Cammie, que é uma artista independente também. A Mica Condé, eu te falei que sempre trabalha comigo também e o Nahas, também que é artista independente e está começando agora. Ele faz R&B e essa música é um pouco mais R&B apesar desse projeto de ser pop. E a parceria com a Cammie já foi lançada e, inclusive, das lançadas, até foi a que mais deu certo.

DM: O que podemos esperar de Faria em 2024?

O ano de 2023 foi maravilhoso, assim, eu não meço muito sucesso com números, eu acho que o caminho sempre fez valer, é claro que a gente pensa também na parte financeira como artista, de se sustentar e tal, mas pra mim o que mais importa é chegar nas pessoas, isso não é nenhum discurso, não, tô sendo sincero, assim, eu não tenho pressa pra que as coisas aconteça. Ainda mais avaliando que eu não sou artista de gravadora, eu acho que é importante frisar que qualquer aumento que eu venha na carreira, eu já percebo como uma vitória, mesmo que seja pequena, então assim, teve uma subida de 300% de ouvintes e streamings do ano passado pra cá e isso foi muito significativo, sem qualquer tipo de investimento assim significativo.

Então isso mostra que está chegando nas pessoas. Foi um ano de muitas vitórias, sabe? Eu acho que teve um amadurecimento muito grande meu como artista. Eu também me componho para outras pessoas, para outros artistas independentes. E tô começando a compor pra pessoas maiores, assim, da indústria, assim, tô me esforçando pra chegar e ser compositor renomado é o que eu quero, não só ser cantor.

Porque além da música, ainda você tem essa parte de compositor que você vende pros outros artistas. Mas assim, então na verdade o meu ano eu acho que, pelo fato também de eu escrever pra outras pessoas, eu acho que eu amadureci muito pra escrever pro meu próprio trabalho, se você comparar o meu último álbum, tem uma evolução, um gap imenso, parece uma criança escrevendo aquilo, sabe? Mas eu não apago as plataformas não, eu tenho orgulho de estar lá, mesmo que seja um motivo, entendeu? É justamente assim que as pessoas veem a evolução.

Em 2024, vai ter mais evolução ainda e acho que eu tô aprendendo ainda como lidar com as coisas, mas eu falta clipe, é uma coisa que é fundamental, as pessoas vivem muito pelo audiovisual.

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