Economia

Lucro do Santander cresce para R$ 3,9 bilhões no primeiro trimestre

Redação DM

Publicado em 30 de abril de 2025 às 20:10 | Atualizado há 1 semana

O Santander Brasil teve um lucro líquido gerencial de R$ 3,861 bilhões no primeiro trimestre de 2025, informou a instituição nesta quarta-feira (30). O número é 27,8% maior que o registrado um ano antes e 0,2% acima do último trimestre de 2024. O resultado também veio levemente acima dos R$ 3,8 bilhões esperados pelos analistas consultados pela Bloomberg.
O crescimento anual é um reflexo de uma maior margem financeira, que somou R$ 15,9 bilhões, 7,7% maior que no primeiro trimestre de 2024. Na comparação com o fim do ano passado, porém, houve leve queda de 0,4%, segundo o banco, devido a menos dias úteis e de operação nos mercados.
A rentabilidade do banco medida pelo ROAE (Retorno Sobre Patrimônio Médio, na sigla em inglês) ficou em 17,4%, alta de 3,3% no ano e queda de 0,2% no trimestre.
A captação do banco avançou 4,5% no ano e 0,9% no trimestre, para R$ 651 bilhões, puxada por depósitos à vista e emissão de letras financeiras.
Já a carteira de crédito ampliada do banco foi para R$ 682,3 bilhões, um crescimento anual de 4,3% e queda trimestral de 0,1%.
O custo de crédito recorrente, por sua vez, ficou estável na comparação anual e cresceu 0,3 ponto percentual no trimestre, indo a 3,7%. Segundo o Santander, este aumento se deve à implementação da resolução 4.966 do CMN (Conselho Monetário Nacional), que requer a provisão de créditos pela métrica de perda esperada, não apenas os de fato em atraso.
“Não é uma comparação justa, a metodologia mudou”, disse Mario Leão, CEO do Santander Brasil, a jornalistas.
As contas em atraso tiveram um aumento de 0,1 ponto percentual em ambas as comparações, para 3,3%. O executivo destacou o impacto das recuperações judiciais do agronegócio, especialmente de produtores de soja e milho, e de RJs em médias e grande empresas.
“Quem entra endividado neste ciclo [de juros altos] não aguenta uma taxa dois dígitos por cinco anos”, afirmou o presidente do banco.
A provisão contra possíveis calotes cresceu para R$ 7 bilhões, alta anual de 3,6% e trimestral de 4,9%. Em termos líquidos, considerando os ativos recuperados, a provisão somou R$ 6,39 bilhões, aumento de 7,7% no trimestre e 5,7% no ano.
“No crédito, seguimos focados nos negócios estratégicos, sem perder de vista nossa forte disciplina na alocação de capital, com foco em linhas de maior rentabilidade e boa qualidade de ativos”, afirmou Leão.
O executivo está a frente do banco desde 2022, sendo encarregado de levar o Santander Brasil de volta a uma rentabilidade na casa dos 20%, após um forte aumento na inadimplência ao fim da pandemia de Covid-19.
Para melhorar a qualidade da carteira, o banco tem priorizado clientes de alta renda, reduzindo a concessão de crédito para as classes mais baixas.
“Estamos escolhendo melhor. Na baixa renda, queremos operar clientes em que temos folha de pagamento, por exemplo”, disse Leão.
“Não vamos ter um grande salto [no resultado] em 2025. Fizemos melhorias até 2024 e agora estamos lapidando esta estratégia. Não vamos ter ROE de 20% com lucro de R$ 10 bilhões. Vamos crescer o lucro. Não quero abrir mão de tamanho pela rentabilidade”, completou o CEO.
RAIO-X SANTANDER BRASIL | 1º TRI DE 2025
Lucro líquido: R$ 3,9 bilhões
ROAE: 17,4%
Clientes: 70,7 milhões
Funcionários: 55.303
Agências: 1.126
Fundação: em atividade no mercado local desde 1982
Principais concorrentes: Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa, Nubank

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