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Testosterona - Aliada ou Vilã?

A busca pelo corpo perfeito e por aumento da libido têm levado muitas mulheres ao uso indiscriminado de testosterona.

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Está na moda usar testosterona ou os tais “chips da beleza”. E pra quem não sabe esse é um assunto espinhoso. De um lado os defensores da longevidade, a medicina integrativa, de outro, médicos que ainda esperam por mais trabalhos científicos mostrando a segurança para o uso da testosterona, melhor via de administração e por quanto tempo deveríamos usar.

Ouvir os vários lados é sempre pertinente.


		Testosterona - Aliada ou Vilã?
Reprodução/Internet

Homens e mulheres têm naturalmente testosterona em seu organismo. Após os 40 anos, os homens perdem 1% de testosterona ao ano. Isso representa uma perda pequena e gradual, não ocorrendo de forma abrupta como no caso das mulheres. Nas mulheres, a menopausa marca o fim das menstruações e é um sinal de que os ovários entraram em falência. Junto com a queda abrupta do estrogênio, principal hormônio feminino, ocorre também uma diminuição da testosterona.

No homem, a diminuição da testosterona se correlaciona diretamente com diminuição do desejo sexual e as medidas de concentrações sanguíneas podem ser usadas para essa avaliação.

Nas mulheres não há uma correlação direta entre os níveis de testosterona circulantes e o desejo sexual. O desejo é multifatorial e não depende apenas da testosterona. Não há valores que nos permitam fazer um diagnóstico através dessas dosagens de testosterona na mulher. O diagnóstico de diminuição do desejo sexual ou Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo é essencialmente clínico e deve levar em consideração a interferência de diversos fatores como, doenças cardiovasculares, psiquiátricas, da tireóide, aumento de prolactina, fatores relacionais, uso de medicamentos, etc. Os exames deverão ser solicitados a depender da suspeita de alguma dessas doenças.

A gestrinona, tão usada hoje no “chip da beleza”, é uma molécula antiga, desenvolvida para o tratamento oral da endometriose. Ao ser administrada de forma oral, causava tantos efeitos colaterais, que seu uso foi descontinuado. Hoje é usada nos implantes manipulados, que foram inicialmente chamados de “chip da beleza” por conta de sua indicação para ganho de massa muscular. Os implantes de gestrinona vêm sendo usados também para as pacientes com endometriose.


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Reprodução/Internet

A via de administração através dos implantes é muito interessante, porém faltam estudos que nos permitam o uso com segurança. Além disso, os implantes manipulados que temos no mercado, não garantem uma liberação de hormônio regular diariamente, podendo apresentar picos e quedas na concentração sanguínea, ao invés de níveis terapêuticos adequados. Sua duração também é muito variável de um paciente para outro.

Acredito que muito em breve teremos mais estudos que nos permitam uma melhor tecnologia desses dispositivos e poderemos definir quem realmente tem indicação para o uso dos implantes e usá-los com segurança.

A queda nos níveis de testosterona, seja pelas mudanças que ocorrem com a idade ou por outros fatores, pode levar não só à diminuição do desejo sexual, mas também a uma diminuição da energia e disposição para o dia a dia.

O uso da testosterona está bem estabelecido através de Consensos realizados por sociedades médicas de Ginecologia e Endocrinologia que recomendam seu uso em mulheres na pós menopausa, já em uso de reposição hormonal ou mulheres com menopausa tardia e que apresentam diagnóstico de Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo.

Nos últimos anos estamos assistindo ao uso indiscriminado de testosterona, sem critérios e aumentando o risco de efeitos colaterais e consequências futuras como problemas cardíacos, câncer de mama e de fígado. Esses são alguns dos efeitos colaterais do uso da testosterona:

- Acne

- Alopecia

- Aumento do timbre da voz

- Aumento do tamanho do clitóris

- Etc.

É importante lembrar que, mesmo após a suspensão da medicação, o timbre da voz e o tamanho do clitóris não voltam ao normal.

A Oxandrolona não é recomendada para a melhora do desejo sexual nas mulheres, pois os trabalhos mostram que além de não se ter benefícios, ainda podemos ter efeitos virilizantes que vão piorar a autoestima dessa mulher e também aumentar o risco cardiovascular e a toxicidade no fígado.

Não temos no Brasil, produtos com testosterona específicos para mulheres, temos apenas para homens. As formulações manipuladas, de uso trandérmico, têm sido as mais recomendadas para as mulheres. E é preciso ter o cuidado de escolher o veículo a ser utilizado nessa formulação e escolher uma farmácia de manipulação que seja confiável.


		Testosterona - Aliada ou Vilã?
Reprodução/Internet

Testosterona não resolve tudo, não faz mágica, mas pode se tornar uma grande aliada na longevidade e qualidade de vida, melhorando inclusive a função sexual,

quando bem indicada.

@drajoicelima

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