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A importância da higienização bucal

Desde os tempos antigos, a humanidade tem buscado maneiras de manter os dentes limpos e saudáveis

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A escovação dental é uma prática tão antiga quanto a própria civilização. Desde os tempos antigos, a humanidade tem buscado maneiras de manter os dentes limpos e saudáveis. Vamos embarcar em uma viagem através do tempo para explorar a fascinante história da escovação dental.

Acredita-se que a prática de limpar os dentes começou por volta de 3.500 a.C. na Babilônia, onde varas de mascar eram usadas como escovas de dente e palitos de ouro eram utilizados para a higienização dos dentes. Em tumbas etruscas e egípcias, foram encontrados pedaços de ramos ou gravetos que eram esfregados sobre as superfícies dentárias para a limpeza dos dentes.

No século IV a.C., o médico grego Diocles de Caristo recomendava aos seus pacientes que explorassem os poderes aromáticos das folhas de hortelã, esfregando-as nos dentes e nas gengivas. Aristóteles, por sua vez, orientava seus alunos a limpar os dentes todas as manhãs com uma toalha feita de linho.

No século XV, os chineses desenvolveram um modelo de escova dental mais eficiente, que se baseava em pedaços de ossos, marfim ou varas de bambu, nos quais pelos de animais (principalmente javalis, cavalos e porcos) eram amarrados como cerdas. No entanto, a escova dental como a conhecemos hoje só foi inventada por volta de 1939.

Com o advento da escova de dente moderna, a prática da escovação dental tornou-se mais eficaz e acessível. Hoje, temos uma variedade de escovas de dente disponíveis, desde escovas manuais até escovas elétricas, cada uma projetada para atender a diferentes necessidades e preferências.

A evolução da higiene bucal tem sido notável, refletindo as mudanças nas necessidades e compreensões sobre a saúde dental. No centro dessa evolução estão as escovas de dente, cuja diversidade reflete a variedade de necessidades individuais. As escovas manuais, com suas cerdas macias e compactas, são ideais para a maioria das pessoas, pois a eficácia da escovação reside mais nos movimentos circulares e de varredura do que na força aplicada.

Além disso, existem tipos especializados de escovas: a ortodôntica, projetada para limpar em torno de aparelhos dentários; a interdental, para higienizar implantes e espaços maiores causados por perda óssea; e a pediátrica, com tamanho e forma adaptados às bocas das crianças. Para usuários de dentaduras, escovas específicas facilitam a limpeza interna e externa da prótese. Paralelamente, as escovas elétricas oferecem uma limpeza mais intensiva e são uma opção valiosa para aqueles com dificuldades motoras, embora sejam mais caras. Independentemente do tipo, o objetivo das escovas de dente permanece inalterado ao longo dos séculos: garantir a limpeza e a saúde dos dentes.

A evolução na formulação das pastas de dente tem acompanhado as tendências e necessidades variadas da saúde bucal. Pastas contendo flúor são fundamentais na proteção contra cáries, fortalecendo o esmalte dos dentes. Para indivíduos com dentes sensíveis, existem opções especializadas que oferecem alívio significativo do desconforto causado por estímulos quentes ou frios. Adicionalmente, as pastas com capacidade de branqueamento ganharam popularidade, embora seu uso deva ser moderado para evitar a erosão do esmalte.

Uma adição no mercado são as pastas de dente com carvão aditivado. Esta variante, frequentemente comercializada por suas propriedades de branqueamento, incorpora carvão ativado, uma substância conhecida por sua capacidade de absorver toxinas e manchas. Embora haja interesse crescente nessas pastas devido aos seus supostos benefícios estéticos, é crucial que os usuários consultem um dentista antes de adotá-las regularmente. Isso se deve ao potencial abrasivo do carvão ativado, que pode, em alguns casos, causar mais dano do que benefício ao esmalte dos dentes, especialmente se usado excessivamente.

Existem também, as pastas medicamentosas, ou dentifrícios terapêuticos, desempenham um papel significativo no manejo de condições orais como doenças periodontais e xerostomia, comumente conhecida como boca seca. No caso das doenças periodontais, essas pastas são formuladas com ingredientes ativos como clorexidina, triclosan e citrato de zinco, que ajudam a reduzir a placa bacteriana, a inflamação gengival e a formação de tártaro, contribuindo assim para a saúde geral das gengivas e do periodonto.

Por outro lado, para indivíduos que sofrem de xerostomia, uma condição frequentemente observada em idosos ou como efeito colateral de certos medicamentos, as pastas medicamentosas são projetadas para aliviar a secura, promover a remineralização e prevenir a cárie dentária. Essas pastas geralmente contêm agentes umectantes e substâncias que estimulam a salivação, proporcionando alívio e conforto.

Os enxaguantes bucais desempenham um papel crucial na higiene oral, mas são frequentemente subestimados. Eles não apenas combatem o mau hálito, mas também são eficazes contra a placa bacteriana e a gengivite. Disponíveis em várias fórmulas, como as que contêm flúor ou propriedades antissépticas, os enxaguantes bucais complementam a rotina diária de higiene bucal.

No entanto, a escolha entre um enxaguante com álcool e um sem álcool pode impactar significativamente os tratamentos dentários. Enquanto os produtos com álcool são conhecidos por sua eficácia antibacteriana, podem não ser adequados para certas condições bucais, como a boca seca. Por outro lado, os enxaguantes sem álcool são frequentemente recomendados para uso diário, pois são mais suaves para a mucosa oral.

Além disso, existem enxaguantes medicamentosos especificamente formulados para uso pós-cirúrgico. Esses produtos são projetados para auxiliar na cicatrização e prevenir infecções em situações delicadas após procedimentos dentários.

É importante destacar também o papel do fio dental na higiene bucal. O uso regular do fio dental é essencial para remover a placa bacteriana e os resíduos de alimentos entre os dentes, onde a escova muitas vezes não alcança.

A escolha dos produtos de higiene oral, incluindo o tipo de enxaguante bucal, deve ser feita com orientação de um dentista. Este profissional pode oferecer conselhos personalizados com base nas necessidades individuais e condições de saúde bucal de cada paciente. Com a combinação adequada de escovação, uso de fio dental e enxaguante bucal, é possível manter não apenas um sorriso saudável, mas também promover uma saúde oral ótima.

*Daniella Mendonça é especialista em prótese e reabilitação oral.

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