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Transição da Odontologia Curativa Imediatista para a Preventiva e Conservadora

As universidades focavam nos tratamentos curativos em vez da orientação preventiva

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O hábito de ir ao dentista, adotar a escovação como uma responsabilidade e optar por uma alimentação saudável, reduzindo o consumo de açúcar para evitar cáries e futuras perdas dentárias, é um avanço atribuído a esta geração. O processo teve início com a fluoretação da água no Espírito Santo em 1953, contudo, tornou-se obrigatória a partir da Lei Federal nº 6050, de 1974.

Este foi o marco inicial para a redução da desigualdade social e melhoria do acesso à saúde bucal. As políticas públicas voltadas para a população carente beneficiavam apenas uma fração dos indivíduos, oferecendo tratamentos básicos e emergenciais. Um dos principais aspectos negativos era a filosofia de formação acadêmica dos profissionais da área.

As universidades focavam nos tratamentos curativos em vez da orientação preventiva. Frente à decisão entre preservar ou extrair um dente fragilizado, a tendência era pela extração. A escassez de profissionais por habitante e a má distribuição geográfica frequentemente conduziam a soluções extremas. Indivíduos chegavam a extrair o próprio dente, recorrer a remédios caseiros, procurar dentistas "práticos" ou aqueles que optavam pela extração total para eliminar o problema.

O dentista atendia a família inteira, de crianças a idosos, gerando traumas pela inabilidade no tratamento infantil. Embora o relato esteja no passado, não se refere a um período distante. Muitas famílias ainda compartilham nos consultórios histórias de traumas, perdas e vergonha.

Relatos do tipo: "Doutora... vivia em local afastado e meu pai decidiu extrair todos os dentes para fazer uma dentadura" ou "O dente doía, e a gente arrancava, pois tudo era muito caro e difícil", são comuns.

Atualmente, a saúde pública em odontologia beneficia uma parcela da população e os tratamentos tornaram-se mais acessíveis devido ao aumento do número de profissionais e à maior atenção do governo para com a população carente. Nos dias de hoje a prevenção se faz presente através da odontopediatria e o diálogo nos consultórios melhorou a relação profissional-paciente.

A ciência odontológica avançou significativamente, com o surgimento de especialistas em detrimento do generalista, a tecnologia reduziu o tempo de tratamento e minimizou traumas. A sociedade contemporânea enxerga o sorriso como um símbolo de sucesso, autoestima e saúde. Os dentes, outrora considerados descartáveis, agora são valorizados e priorizados, refletindo a tendência da ciência por tratamentos cada vez mais conservadores e o fortalecimento da relação humanizada entre profissional e paciente.

Instagram: @dra_danim

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