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Tratamento Odontológico é caro?

E para onde vai essa população que o sistema não absorve? Em sua maioria, clínicas populares, convênios... e uma minoria de consultórios particulares

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Infelizmente, cuidar da saúde no Brasil é muito complicado. Nosso governo não gera assistência básica ao cidadão e, mesmo com o SUS sendo avaliado como eficiente, muitas pessoas estão à mercê da sorte nas filas de espera de postos de saúde e hospitais. A odontologia até pouco tempo trabalhava apenas com emergências e o básico; dor de dente, extrações e restaurações. Hoje, o atendimento envolve especialidades e é um pouco mais humanizado, uma melhora a passos lentos diante da demanda já existente. E para onde vai essa população que o sistema não absorve? Em sua maioria, clínicas populares, convênios... e uma minoria de consultórios particulares.

Montar um consultório dentário envolve muitas questões; licenças, alvarás, taxas à prefeitura, sindicato, conselho... É preciso passar a ser patrão, pela contratação de funcionários onde incidem os impostos como em todo processo monetário da empresa. O consultório exige em sua estrutura básica uma quantidade complexa e cara de equipamentos; claro que os valores são variados diante da condição financeira de cada profissional. De ambientes mais simples aos mais luxuosos, a odontologia e todos os seus equipamentos fazem do dentista um profissional com custo mensal alto.

Faculdades de qualidade exigem tempo quase integral do aluno e a grande maioria dos estudantes tem sua formação na rede privada, assumindo mensalidades altas que podem chegar a R$ 5.000,00 ou mais. Infelizmente, a maioria não tem acesso a uma educação de qualidade ao longo da vida e as universidades federais pertencem àqueles privilegiados que tiveram todas as oportunidades.

Somos consumidores de produtos em sua grande maioria estrangeiros ou que pertencem a algum monopólio que limita o profissional a oferecer um material de boa qualidade a um valor justo. Em contrapartida, temos uma população pouco orientada em relação à prevenção, maior redutora de custos aos pacientes e também com um poder aquisitivo baixo em sua maioria.

Portanto, vivemos um dilema: custos altos ao dentista que se propõe a oferecer uma odontologia decente e do outro lado, propensos pacientes limitados financeiramente. É preciso morar, comer, educar os filhos, cuidar da saúde em geral e a odontologia, nesta lista de probabilidades, acaba esperando.

Diante deste contexto, os dentistas, profissionais liberais e empresários, vivem à mercê das regras governamentais que refletem nos seus custos e no bolso dos pacientes. É preciso uma política de incentivo que busca a distribuição de renda da população. Também há uma revisão tributária nos encargos destinados à saúde, já que o sistema público não absorve a maioria da demanda.

Não chega a 15% da população as pessoas que podem usufruir de uma odontologia de qualidade. Dentista é caro? Não sei, acho que todos são vítimas do sistema, paciente e profissional. Ninguém estuda para não ser bem remunerado ou não ter no mínimo uma renda decente para sustentar e manter todas as necessidades de investimento que a saúde exige, principalmente em educação, pós-graduação, cursos e atualizações.

Oferecer qualidade custa caro. Já por outro lado, qualquer valor será alto se o paciente não tiver o mínimo necessário e não for educado em relação à saúde bucal.

*Daniella Mendonça, CRO 5473, é uma cirurgiã dentista especializada em prótese e reabilitação oral, com atuação na área de harmonização orofacial.

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