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Polícia ouve mãe e filha de mulher morta após queda de prédio em Belo Horizonte

Por Leonardo Augusto, especial para o Estadão

Em nova etapa da investigação sobre a morte da administradora de imóveis Hilma Balsamão, de 38 anos, durante uma festa na cobertura de um prédio na capital mineira em 20 de novembro, a Polícia Civil de Minas Gerais ouviu na manhã desta quarta-feira, 9, a filha da mulher, de 17 anos, e a mãe, Excelsa Maria Alves Balsamão, de 58 anos.

A filha fez o reconhecimento de uma correntinha e brincos usados pela mãe no dia da morte. Os familiares vão indicar testemunhas que, acreditam, possam esclarecer o que aconteceu.

A delegada Letícia Gamboge, chefe do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), afirmou que o inquérito que investiga a morte de Hilma, aberto em 25 de novembro, tem 30 dias para ser concluído. A investigação pode ser prorrogada por mais 30. "Estamos apurando como foi a dinâmica do fato. Se foi um ato criminoso ou não", afirmou.

O caso

A festa aconteceu no dia 20 de novembro no apartamento do empresário Gustavo de Almeida Veloso, de 42 anos, apontado como namorado de Hilma. O boletim de ocorrência da Polícia Militar, chamada ao local por outro morador do prédio, que vive no primeiro andar, mostra que o acionamento da corporação ocorreu às 23h31.

Nas informações que prestou, o vizinho disse ter ouvido o barulho de algo caindo em sua área privativa. Ao chegar, viu que se tratava de uma mulher e que possivelmente já estaria morta. Ele afirmou que uma festa estava sendo realizada desde o início da tarde na cobertura do prédio, que tem quatro andares, e que ouviu pessoas discutindo antes da queda.

A defesa de Veloso afirma se tratar de suicídio. O dono do apartamento de onde a administradora caiu disse à polícia que mantinha um "relacionamento afetivo casual" com Hilma e que a mulher teria chegado à sua casa por volta das 14h. Familiares da administradora de imóveis, no entanto, dizem que Gustavo era seu namorado.

Segundo o empresário, os dois beberam e, à noite, discutiram. Na versão de Veloso, Hilma teria ficado nervosa após sua recusa em "manter relacionamento" com ela naquele momento. Ele afirma ter pedido ao filho, de 17 anos, que filmasse o que estava acontecendo. Hilma teria jogado o telefone do garoto no chão e se dirigido à sacada, de onde se jogou. O dono do apartamento negou ter agredido a mulher.

O processo corre em segredo de Justiça.

A mãe de Hilma afirma que a família não aceita a possibilidade de suicídio. "Dizem que todos podem surtar, mas isso não cabe nela. Achei tudo muito estranho. Ficamos em suspenso. A família não aceita isso porque não tem a ver com a personalidade dela. Não estou acusando ninguém, mas achei tudo muito estranho", diz Excelsa, que não tinha contato com o namorado da filha.

A família afirma que o que ocorreu com a administradora de imóveis só vai ficar claro depois que os laudos periciais ficarem prontos. "Enquanto não saírem, é só especulação. O corpo fala", diz a mãe de Hilma.

A reportagem entrou em contato com a defesa de Gustavo Almeida Veloso e aguarda retorno. O empresário prestou depoimento à Polícia Civil no dia 30 de novembro. Outros dois parentes de Hilma, um irmão e uma irmã gêmea, prestarão depoimento nesta quarta-feira, 9, à corporação.

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