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PF investiga ex-pastores da Universal por desvio de dízimos

As investigações da Polícia Federal (PF) sobre o esquema de pirâmide financeira com criptomoedas, comandado pelo ex-garçom Glaidson Acácio dos Santos, o "Faraó dos Bitcoins", pode ter começado com dinheiro de dízimos e ofertas desviados da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd).

Em maio deste ano, a Iurd pediu instauração de inquérito policial na PF contra o ex-pastor evangélico, Nei Carlos dos Santos, após ter detectado a falta de mais de R$ 3 milhões da congregação no Distrito Federal.

A igreja encontrou indícios de que outros 11 ex-pastores eram suspeitos da mesma prática. Em comum, eles abriram empresas no ramo de tecnologia. De acordo com a Igreja, os acusados se desligaram do quadro eclesiástico da Universal, o que levantou ainda mais suspeita sobre a participação deles no crime.

A defesa da Iurd acusa os ex-pastores de se reunirem para efetuar operações financeiras em bitcoins, "utilizando o dinheiro supostamente desviado, proveniente dos dízimos e ofertas recebidos" de igrejas da Universal comandadas, até então, pelo grupo.

Segundo a instituição religiosa, o primeiro alerta foi quando a igreja descobriu que Nei Santos comprou três carros avaliados, de acordo com documento, em R$ 248 mil. Valores incompatíveis com a ajuda de custo que ele recebia da igreja.

De acordo com a petição da defesa da Igreja Universal, Nei Santos estava há 23 anos na Iurd, chegando ao posto de pastor regional dentro do território do Distrito Federal, atividade para os membros de extrema confiança da congregação. Ele era responsável por, pelo menos, seis igrejas, com acesso irrestrito as doações recebidas (dízimos e ofertas) nestas unidades".

Segundo a direção da Iurd, ao perceber o rombo, afastaram o então pastor da atividade regional. Outros 11 pastores, sem incluir Nei e Glaidson, estavam no esquema de operações financeiras em bitcoins.

O vínculo entre Nei Santos e Glaidson surgiu no início do ano, quando a Iurd fez um levantamento das empresas dos ex-pastores na Receita Federal, e percebeu que o endereço da NS Psicologia, Consultoria e Tecnologia Eireli, na Rua Copaíba, lote 1, sala 1119, Norte Águas Claras, em Brasília, pertencente ao primeiro a Nei Santos, funcionava a GAS Consultoria e Tecnologia LTDA, de Glaidson.

A petição, assinada pelo advogado Alan Costa Nazário, um dos que defendem a Universal. Diz ele: "desta forma, se confirmam os indícios da participação de terceiros no enredo criminoso. Esta empresa G.A.S Consultoria & Tecnologia LTDA, guarda relação com o mercado de criptomoedas, e de alguma forma pode estar envolvida com a dissimulação do produto do crime, tornando imprescindível a instauração do inquérito policial para melhor elucidação dos fatos". O advogado pediu a quebra do sigilo fiscal e bancário de Nei Santos.

A defesa da Igreja Universal do Reino de Deus que informou que não irá mais se pronunciar sobre os fatos, alegando que já pediu segredo de justiça no processo sobre os 12 ex-pastores.

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