A saudade e suas duas faces: o amor e a dor
Redação DM
Publicado em 24 de fevereiro de 2016 às 00:25 | Atualizado há 9 anos
Só quem conhece a palavra amor em sua íntegra sabe dizer o quanto dói a saudade.
Lembranças de uma infância em que de pueril só se observou o nome,de um amor,de um passeio, de um tempo que passou tão rápido, mas deixou marcas eternas e a pior das dores: a perda de um ente querido.
Como é dolorido não conviver mais com quem se ama, com quem de nós cuidou e nos amparou, dando-nos a vida com a permissão do Nosso Pai Maior!
Inacreditável que muitas pessoas tenham tido uma passagem tão efêmera por esse mundo! Lamentável a saudade, a vontade de ver, conversar, pedir colo e afagos e não mais poder tê-los.
A saudade de fato nunca acaba,aumenta com o tempo e vai amenizando a ausência, mas jamais terá o poder de nos fazer esquecer de um ente querido.
Quando muitas crianças são obrigadas a lidarem com a morte em família, é comum os pais lhe explicarem que o vovô, a vovó falecidos, viraram estrelinhas. Às vezes me pego olhando para o céu e imaginando quem são as estrelinhas que simbolizam meus pais, meus avós que há muito se foram.
Dói a saudade, mas valem os ensinamentos, os bons exemplos deixados, as gargalhadas em dias de passeio que nunca serão apagadas pela saudade, com certeza serão sempre reacendidas em nossos corações.
O amadurecimento,a compreensão e a fé em Deus são como um bálsamo em dias de lembranças doídas. A ausência apenas torna-se física, continuando porém imutável em nossos corações, as memórias.
Quem não sofre com a dor da saudade não é mesmo? E o que dizer das brincadeiras de boneca, do pique-esconde, das amiguinhas da escola, enfim, vamos tornando-nos adultos e muitas das pessoas vão seguindo rumos diferentes, deixando apenas as memórias de bons tempos. Em fases mais adultas entendemos que em algumas situações, a saudade é gostosa, nos faz até mesmo suspirar.
Muito importante é saber dizer “Eu Te Amo” e viver intensamente cada instante,curtir os segundos que não retroagem, que voam em busca de novos acontecimentos.
A saudade dói, mas a ausência em vida costuma ser imperdoável e castigar a consciência daqueles que ainda não compreenderam que o tempo caminha para frente e a passos largos.
Saudade e suas duas faces, lados opostos de um mesmo sentimento, conturbador, necessário, incontrolável e inevitável.
(Kelly Lisita Peres, advogada e professora universitária, pós-graduada em direito penal, processo penal, civil e docência universitária)