Brasil

As dezoito preciosas obras do imortal Filadelfo Borges de Lima

Redação DM

Publicado em 29 de fevereiro de 2016 às 00:55 | Atualizado há 9 anos

O impostergável dever da fraternidade universal permitiu ao amigo Lázaro Alves de Assis e nós tivéssemos a grata ventura de visitar na semana passada, em sua residência em Rio Verde, o imortal escritor Filadelfo Borges de Lima. Em ambiente relacional de fraterna convivência familiar o Lazinho e eu fomos recebidos com manifestações carinhosas de amorosidade, afeto e ternura pelo anfitrião e por seus amoráveis familiares.
Durante o diálogo amistoso e fraternal o talentoso filho de Joaquim Borges e Maria Clara revelou-nos a amplitude do seu rico e precioso legado humano e cultural estratificado nos dezoito livros da ilustre lavra do mais brilhante e renomado intelectual de Jataí. Anelamos aqui o imenso desejo de compartir os frutos desta requintada riqueza intelectual, apresentando aos ilustres leitores nossos os títulos deste fantástico acervo literário e cultural que encanta sublimando de generosidade o solo fértil da fina flor da cultura intelectual do Sudoeste Goiano: Os Coronéis da Politica, César Bastos Vida e Obra, Folhas Esparsas, Cartas da Mesa, Jatai de Meu Tempo, Jatai Minha Paixão, Crônicas da Colmeia, Moçons e Maçonaria – 60 anos da Loja Maçônica Estrella Rio-Verdense, Prefeitos de Jataí de Carlos Raimundo a Humberto Machado, Aconteceu no Canguçu, Sínteses dos Prefeitos Rio-Verdenses de Martins Borges a Nelci Spadoni, Veredas Rio-Verdenses, Lauro Martins, Resumo Biográfico de Iron Nascimento, Síntese Histórica do Sindicato Rural de Rio Verde, Crônicas Rio-Verdenses e a Universidade Maçônica Estrella Rio-verdense, esta última produzida em parceria com o nosso dileto amigo Múcio José Bonifácio.
Atrevido e audacioso ouso aqui trazer a lume e publicar o singelo prefácio de “Jatai de Meu Tempo,” de nossa humilde e descolorida lavra e que diz textualmente: “Li sem parar, como num acalanto, saboreando a linguagem escorreita, fluente, clara e gostosa estas memórias escritas por Filadelfo Borges de Lima”. Nelas me senti envolvido, desde o começo, por saudosas lembranças de um passado que vivemos juntos ou muito próximos, como colegas de colégio, como amigos, como companheiros de lides estudantis e como irmãos, filhos da mesma terra fértil e hospitaleira.
O título sugestivo e atraente de sua obra cativou, de imediato, a minha atenção, sugerindo simbolicamente, uma ligeira volta ao passado para, na simpática, gostosa e agradável companhia do autor, percorremos novamente as ruas poeirentas ou calçadas da Jatai do nosso tempo. Embarcamos na carruagem de sua memória e fértil. Fizemos um passeio maravilhoso, extraordinário. Percorremos juntos, com júbilo e emoção, praticamente todas as artérias de “Jatai de Meu Tempo.” Durante estas andanças percebi que Filadelfo, o garoto espirituoso e irreverente de outrora, havia se transformado em escritor de estilo leve, ameno e agradável. Agora não mais o estudante inconformado, polêmico e audacioso, mas o homem seguro e equilibrado a registrar, com erudição e sabedoria, fatos, gentes e coisas do nosso cotidiano jataiense, demonstrando arrojo, coragem, tenacidade e perseverança na sublime arte de defender e amar apaixonadamente o seu povo e a sua terra. O livro é cativante e encantador. Nele o ator revela, em ditos pitorescos e espirituosos, a alma de sua gente num determinado momento histórico. Estratifica sintetizando a difícil trajetória de um povo que busca audaciosamente, no equilíbrio e na justiça, a sua própria afirmação, certo de que encontrará a Verdade que liberta, permitindo-lhe alcançar o porto seguro da esperança e da paz.
O leitor deste livro, que mais parece um filho dileto do coração generoso e forte deste apaixonado suduestino, notável memorista da cidade apiária, por certo nele não encontrará nenhum resquício da irreverência, marca indelével da juventude de seu criador, mas com certeza vai conhecer e admirar o equilíbrio e a serenidade de um brilhante e criativo defensor dos direitos humanos. Não devo antecipar aqui as suas excelentes histórias por ele descritas com graça, com agilidade intelectual, com invejável postura ética e com aguçada sensibilidade. Quero permitir-lhe presado leitor, o prazer e o devaneio de poder encontrar a alma generosa desde memorista de escol, via da sua obra fantástica e encantadora. Estará, com certeza, afinal, absolutamente convencido de que uma vida inteira dedicada à cultura é uma página de luz a iluminar a história da humanidade. Sentir-se-á diante de um escritor inteligente, criativo e talentoso, cuja generosidade permitiu-lhe convidar-me para prefaciar a sua obra. Este gesto criativo, sensível e simpático, embora imerecido de minha parte, emocionou-me sobremaneira, trazendo-me bem presente à memória a lembrança de minha juventude vivenciada com ardor e emoção na agradável companhia da vibrante classe politica de Goiás, integrada por estudantes inconformados, irreverentes, audaciosos, idealistas, talentosos e embalados pelo civismo e por um incontrolável sentimento de patriotismo e brasilidade. Dentre eles se postava de pé e a ordem, como exemplo dignificante e estrela de primeira grandeza o líder estudantil Filadelfo Borges de Lima. Cada um de nós seguiu o seu destino, jornadeando pelos caminhos tempestuosos da vida. Nem todos se houveram com o mesmo brilhantismo deste fantástico escriba, filho e amante incorrigível da Cidade Abelha, apaixonado por Rio Verde, casado em Mineiros e que ama o Sudoeste, enobrece a cultura goiana, envaidecendo Goiás para dignificar o Brasil.
De relance percebemos que “Jatai de Meu Tempo,” não demonstra, tão somente, o notável saber e a amplitude da cultura de seu ilustre autor. Revela a alma sincera de um povo, cantando em prosa suas tristezas e alegrias, suas derrotas e sucessos, suas desventuras e suas glórias, materializando em nossas mentes e em nossos corações sua esperança alvissareira e sua inquebrantável fé no futuro que já chegou, trazendo bonança, progresso e prosperidade.
A obra traz à luz o retrato de um povo, revelando, com simplicidade e erudição, todos os aspectos de suas humanas atividades. Aborda estratificando, como que a desnudar a sua memória, mas com riqueza de detalhes, a política, o futebol, a música, a educação, as personagens típicas, a religião, o civismo, o lazer, o esporte, os costumes e a cultura da sociedade. É um legado de luzes e sabedoria para leigos e doutos, professores e estudantes, pesquisadores, estudiosos, cientistas e tantos queiram encontrar, à luz da ética e da razão, nesta inesgotável fonte de saber, preciosas lições sobre a vida da gente hospitaleira e bondosa de Jatai.
Devo ainda revelar, que jungida à personalidade deste magnifico exemplar humano que é Filadelfo Borges de Lima, está a figura de um tribuno extraordinário, orador fluente e imaginoso, de raciocino lógico e auto poder de conhecimento. Era preciso relembrar aqui, neste prefácio, sob pena de cometer-se injustiça, o grande tribuno, antes mesmo de apresentar o memorista, o escritor, o excelente contador de histórias. As cortinas estão levantadas. “Jatai do Meu Tempo”, não é obra para ser lida, mas para ser devorada.
Valho-me desta oportunidade para aqui homenagear a minha querida gente da cidade do mel, em nome de Filadelfo, dedicado e imbatível mestre maçon, guardião fervoroso do direito, defensor implacável da ordem e da justiça, escritor talentoso, perspicaz, sintético e erudito, cidadão justo e equilibrado, homem sensível e generoso, chefe de família exemplar, pai extremoso, digno e honrado, amigo dileto e fiel que cativou, para sempre, a minha simpatia, a minha amizade e a minha gratidão.” Jataí fevereiro de 1998.

(Irani Inácio de Lima, presidente da Associação Jurídico Espírita de Goiás)

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