Brasil

Bastidores de uma ligação presidencial entre Lula e Trump

Léo Carvalho

Publicado em 14 de outubro de 2025 às 15:32 | Atualizado há 3 horas

Conversa entre Lula e Donald Trump foi o primeiro contato telefônico desde a eleição do republicano, em 2024 | Foto: Portal96FM
Conversa entre Lula e Donald Trump foi o primeiro contato telefônico desde a eleição do republicano, em 2024 | Foto: Portal96FM

Uma ligação entre dois presidentes pode soar como um gesto diplomático simples, mas, na prática, envolve uma operação cuidadosamente planejada. Antes que Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump pudessem se falar por telefone, na segunda-feira (6) da semana passada, equipes inteiras dos dois governos passaram dias ajustando cada detalhe do contato.

O processo começa muito antes do toque do telefone. Um dos lados manifesta o interesse na conversa e, a partir daí, as assessorias presidenciais entram em ação. Elas definem a pauta, verificam se os temas são de interesse comum e negociam data e horário — um quebra-cabeça que precisa se encaixar às agendas de ambos os líderes.

No dia da ligação, nada é improvisado. O diálogo ocorre em um ambiente controlado e seguro, conhecido como sala de situação, tanto no Palácio do Planalto quanto na residência oficial, o Palácio da Alvorada. Ali, além dos dois presidentes, costumam estar presentes intérpretes e ministros diretamente ligados ao assunto tratado.

Por razões de segurança, chefes de Estado não usam celulares pessoais. O número que Lula compartilhou com Trump, por exemplo, era o do embaixador Fernando Igreja, responsável pelo cerimonial da Presidência. Do lado americano, o contato também foi intermediado por um assessor próximo ao republicano.

Mesmo quando o tom da conversa é amistoso, o protocolo se mantém rígido: cada palavra é acompanhada por tradutores e assessores que garantem precisão e segurança nas mensagens.

A ligação da semana passada marcou o primeiro diálogo telefônico entre Lula e Trump desde a vitória do republicano nas eleições de 2024 — um gesto simbólico que reforça como, na diplomacia, até o ato mais simples depende de uma coreografia milimetricamente ensaiada.


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