Brasil registra 127 casos suspeitos de intoxicação por metanol
DM Redação
Publicado em 4 de outubro de 2025 às 14:00 | Atualizado há 6 minutos
O Brasil enfrenta um cenário de alerta sanitário com o aumento dos casos suspeitos de intoxicação por metanol. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, já foram registrados 127 casos em todo o país, embora apenas 11 tenham sido confirmados por exames laboratoriais até o momento. O crescimento das notificações, segundo ele, representa uma ampliação das suspeitas clínicas, não necessariamente um aumento real de confirmações. Mesmo assim, o número é suficiente para acender o sinal de alerta em autoridades de saúde pública. Até agora, 12 unidades federativas já comunicaram ao Ministério da Saúde a ocorrência de casos suspeitos.
. Entre as ações, está a aquisição de 12 mil ampolas de etanol farmacêutico, que se somarão às 4,3 mil já disponíveis em estoque, com o objetivo de reforçar o abastecimento dos hospitais universitários e centros de referência. Além disso, o Brasil adquiriu 2.500 doses de fomepizol, antídoto usado no tratamento de intoxicações por metanol, provenientes do Japão. A Anvisa também divulgou uma lista com 609 farmácias de manipulação habilitadas a produzir o antídoto, repassando as informações aos estados e municípios. Essas medidas buscam garantir que o tratamento esteja acessível em todas as regiões do país, especialmente nas mais carentes de recursos hospitalares.
O metanol, também conhecido como álcool metílico, é uma substância altamente tóxica utilizada em processos industriais, como fabricação de solventes, combustíveis e produtos químicos. Quando ingerido, mesmo em pequenas quantidades, pode causar sérios danos à saúde, incluindo perda de visão, insuficiência respiratória, falência de órgãos e até a morte. O consumo acidental ocorre, na maioria das vezes, pela ingestão de bebidas alcoólicas adulteradas — um problema recorrente em situações de produção clandestina. O diagnóstico rápido é essencial, já que o tratamento depende da administração imediata de antídotos, como o etanol farmacêutico ou o fomepizol.
O Ministério da Saúde tem destacado a importância da mobilização conjunta entre governo, profissionais de saúde e população. Um dos maiores desafios é a subnotificação de casos, especialmente em locais com infraestrutura precária, onde os exames laboratoriais e antídotos nem sempre estão disponíveis.