Brasileira que caiu em vulcão foi deixada sozinha por mais de uma hora antes do acidente, afirma família
Redação Online
Publicado em 23 de junho de 2025 às 13:46 | Atualizado há 3 horas
A publicitária brasileira Juliana Marins, de 26 anos, segue desaparecida há três dias após sofrer uma queda de aproximadamente 300 metros em uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia. De acordo com relatos da família, ela foi deixada sozinha na trilha por mais de uma hora antes do acidente.
O caso ocorreu na última quinta-feira (20). Juliana participava de uma expedição ao vulcão, um dos destinos turísticos mais procurados da região, quando acabou se afastando do grupo. Segundo a irmã da vítima, Mariana Marins, o guia responsável pela excursão teria deixado Juliana para trás em um trecho da trilha, o que resultou no seu desaparecimento e posterior queda em um penhasco.
“A informação que temos é que o guia não ficou com ela. Juliana ficou sozinha na trilha por mais de uma hora, o que não poderia ter acontecido. Isso é negligência”, afirmou Mariana em entrevista a veículos de imprensa brasileiros.
Em defesa, o guia indonésio Ali Musthofa, responsável pelo grupo, negou ter abandonado a brasileira. Segundo ele, o combinado era que Juliana o encontrasse poucos metros adiante após uma breve pausa, mas ela acabou se distanciando e não foi mais vista. “Sugeri que ela seguisse até um ponto à frente e esperei por ela. Quando percebi que ela não apareceu, comecei a procurá-la”, declarou o guia.
A localização exata de Juliana foi identificada por meio de imagens de drone, que a mostraram caída entre rochas, em uma área de difícil acesso. Desde então, as equipes de resgate têm enfrentado inúmeros desafios para chegar até ela. Neblina intensa, terreno escorregadio, falta de cordas longas e ausência de helicópteros têm atrasado as operações.
“Ela está há mais de 72 horas sem água, comida e roupas adequadas. O frio na região é intenso. As condições de sobrevivência são muito preocupantes”, relatou Mariana.
A família também criticou a condução do resgate por parte das autoridades locais, alegando falta de equipamentos, demora e informações desencontradas. Inicialmente, chegou-se a dizer que suprimentos haviam sido lançados no local da queda, o que depois foi desmentido.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil, por meio do Itamaraty, enviou dois diplomatas a Jacarta, capital da Indonésia, para acompanhar de perto as ações de resgate. O governo brasileiro também fez um apelo oficial para que o governo indonésio intensifique os esforços.
Juliana Marins é natural de Niterói (RJ), formada em Publicidade pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mochileira experiente e praticante de pole dance. Ela já havia visitado outros destinos do Sudeste Asiático, como Vietnã, Tailândia e Filipinas.
Até o momento, as buscas foram temporariamente suspensas na manhã desta segunda-feira (23), devido ao agravamento das condições climáticas no local. Não há previsão oficial para a retomada dos trabalhos.