Brasil

Caiado se revolta com soltura de MC Poze: “Brasil caminha para a venezuelização”

Redação DM

Publicado em 4 de junho de 2025 às 13:25 | Atualizado há 2 dias

A soltura do cantor MC Poze do Rodo, preso no Rio de Janeiro sob suspeita de ligação com o Comando Vermelho, provocou indignação pública e acendeu mais uma crise institucional. Quem decidiu romper o silêncio foi o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que classificou o episódio como um sinal claro de que o Brasil está “normalizando o domínio do crime” e alertou para o risco de “venezuelização” do país. Em vídeo divulgado nas redes sociais nesta segunda-feira (3/6), Caiado disparou contra a decisão judicial e acusou autoridades de “acovardamento completo”.
“Estou encerrando minhas atividades no gabinete e recebo agora um vídeo de um bandido que se enaltece como membro do Comando Vermelho sendo solto e comemorando como se fosse um grande líder nacional, um herói. Isso é inaceitável. Esse bandido chama-se MC Poze do Rodo”, afirmou o governador, visivelmente revoltado. A crítica foi dirigida não só à Justiça, mas também ao governo federal e às instituições que, segundo ele, se omitem diante do avanço do crime organizado.
O cantor, que havia sido detido pela Polícia Civil, deixou a delegacia após decisão judicial e foi recebido em clima de festa por apoiadores. As imagens, amplamente compartilhadas nas redes sociais, mostram o artista ovacionado em carro aberto, atitude que Caiado apontou como retrato da inversão de valores que se instalou no país. “Será possível que nós somos obrigados a assistir cenas deprimentes como essa? Bandidos assumindo o comando e sendo homenageados como heróis?”, questionou.

Negligência
Sem poupar palavras, Caiado acusou o Executivo federal, o Judiciário e o Ministério Público de negligência e cobrou providências urgentes. “Onde está o presidente da República? Onde está o Poder Judiciário? O Ministério Público? Os comandos estão tomando a Amazônia e vários estados brasileiros, e nós assistimos isso sem reação?”, provocou o governador. Ele alertou que, se nada for feito, o país seguirá o caminho de regimes autoritários vizinhos. “Esse processo de venezuelização vai chegar antes das eleições se nada for feito. Estamos normalizando o domínio do crime sobre o país.”
Por fim, Caiado fez questão de ressaltar que, em Goiás, o desfecho teria sido outro. “Se isso tivesse acontecido em Goiás, mesmo com decisão judicial, esse sujeito não sairia da cadeia. Aqui não se brinca com bandido. Isso é uma afronta à população e ao cidadão de bem. Um homem armado com fuzil, com pistola na cintura, se vangloriando de ser do Comando Vermelho e sendo ovacionado em carro aberto. Que país é esse, minha gente?”, concluiu, acirrando ainda mais o debate sobre segurança pública e a atuação das instituições no Brasil.


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