Brasil

Caso do cavalo mutilado gera repercussão nacional

Redação Online

Publicado em 19 de agosto de 2025 às 13:06 | Atualizado há 3 horas

Um cavalo morreu após ser mutilado com um facão na zona rural de Bananal, interior de São Paulo. Segundo a Polícia Civil, o tutor do animal, identificado como Andrey Guilherme Nogueira de Queiroz, de 21 anos, participava de uma cavalgada de cerca de quinze quilômetros quando o cavalo caiu no percurso, exausto e com dificuldades para respirar. Testemunhas relataram que o jovem, em vez de procurar ajuda, utilizou um facão para amputar as quatro patas e golpear o abdômen do animal, que morreu em seguida.

O caso foi registrado como maus-tratos contra animal com resultado morte. O tutor e uma testemunha prestaram depoimento no dia 18 de agosto, mas foram liberados após serem ouvidos. Em sua versão, o investigado alegou acreditar que o cavalo já estava morto no momento em que desferiu os golpes. A Polícia Militar Ambiental aplicou uma multa administrativa de seis mil reais ao tutor, enquanto a Polícia Civil segue com o inquérito para apurar as circunstâncias do crime. A legislação brasileira prevê pena de seis meses a um ano de detenção, além de multa, para crimes de maus-tratos a animais.

O episódio ganhou ampla repercussão nacional após imagens do cavalo circularem nas redes sociais. A Prefeitura de Bananal divulgou nota informando que encaminhou o caso à Delegacia de Polícia e à Polícia Ambiental, repudiando o ato e reafirmando compromisso com o bem-estar animal.

A repercussão foi ampliada pela mobilização de ativistas e celebridades. A ativista Luísa Mell exigiu punição exemplar e classificou o caso como inaceitável. A cantora Ana Castela, que mantém forte ligação com cavalos, chamou o episódio de covardia e pediu mais visibilidade para garantir providências. A atriz Paolla Oliveira também se manifestou, cobrando justiça e criticando a impunidade em crimes de crueldade.

Na esfera política, o deputado estadual Dilmar Dal Bosco, criador de cavalos, repudiou o ato em nota oficial, afirmando que a mutilação é uma afronta à dignidade e defendeu medidas mais severas contra maus-tratos. O parlamentar destacou que a legislação atual ainda é considerada branda e que casos de grande repercussão social devem servir de alerta para mudanças legais mais rígidas.

O caso de Bananal reacendeu o debate sobre a efetividade das punições para crimes de maus-tratos a animais no Brasil. A mobilização popular e a pressão de ativistas lembram episódios anteriores, como o da cadela Manchinha, em 2018, que impulsionaram alterações na lei. A expectativa agora é que a investigação e o acompanhamento da sociedade civil possam influenciar novamente o debate legislativo e reforçar políticas públicas de proteção animal.

A Polícia Civil segue apurando os fatos e deve encaminhar o inquérito ao Ministério Público, que decidirá sobre o oferecimento de denúncia. Enquanto isso, o tutor permanece em liberdade, e a cobrança por responsabilização continua crescendo em todo o país.

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