Confirmada a morte de Juliana Marins após queda em vulcão na Indonésia no Monte Rinjani
Redação Online
Publicado em 24 de junho de 2025 às 11:21 | Atualizado há 6 horas
A publicitária brasileira Juliana Marins, de 26 anos, morreu após permanecer quatro dias presa em uma encosta dentro da cratera do Monte Rinjani, um dos vulcões mais conhecidos da Indonésia, localizado na ilha de Lombok. A informação foi confirmada por autoridades locais no início da noite desta terça-feira (24), horário de Brasília.
Juliana realizava um mochilão pela Ásia desde fevereiro deste ano e, na última sexta-feira (20), participava de uma trilha de três dias até o cume do vulcão ao lado de outros cinco turistas. O trajeto, considerado um dos mais desafiadores da região, exige preparo físico e acompanhamento de guias especializados.
O ACIDENTE
Segundo relatos de familiares e da imprensa local, Juliana começou a demonstrar sinais de exaustão durante a madrugada de sábado (21) e ficou para trás no grupo. O guia responsável recomendou que ela descansasse, mas seguiu adiante com os demais turistas. Sozinha e desorientada, Juliana acabou caindo em um trecho íngreme, despencando entre 400 e 500 metros até uma parede de rochas dentro da cratera, nas proximidades do lago Segara Anak, na região conhecida como Cemara Nunggal. A comunicação do acidente às autoridades só ocorreu várias horas depois, o que atrasou o início das buscas.
MOBILIZAÇÃO INTERNACIONAL E TENTATIVAS DE RESGATE
A operação de resgate mobilizou equipes de busca e salvamento (SAR) da Indonésia, com apoio das Forças Armadas (TNI), da Polícia Nacional (Polri), do Ministério do Turismo, além da embaixada brasileira e de representantes do Itamaraty. A complexidade do terreno, a neblina constante e a instabilidade das rochas dificultaram severamente os trabalhos.
Equipes usaram drones, sensores térmicos e até uma perfuradora industrial para tentar abrir caminho na montanha. Três helicópteros foram deslocados para a área, incluindo uma aeronave enviada da ilha de Java, com o objetivo de realizar um resgate aéreo. Contudo, as condições meteorológicas impediram qualquer tentativa de aproximação por ar.
Juliana chegou a ser localizada com vida na manhã de segunda-feira (23), imóvel em uma encosta a cerca de 500 metros de profundidade. Segundo os socorristas, sensores térmicos ainda indicavam sinais vitais até o início da madrugada desta terça-feira.
CONFIRMAÇÃO DA MORTE
Autoridades locais confirmaram que Juliana Marins não resistiu às condições extremas de temperatura, exposição e possíveis lesões internas decorrentes da queda. As equipes ainda trabalham na recuperação do corpo, o que também apresenta desafios logísticos devido ao local de difícil acesso. A família de Juliana, que acompanhava as buscas de perto e mobilizou uma campanha nas redes sociais pedindo celeridade no resgate.
REPERCUSSÃO E INVESTIGAÇÃO
O caso gerou comoção tanto no Brasil quanto na Indonésia. O episódio levantou questionamentos sobre a segurança nas trilhas do Parque Nacional de Rinjani e a conduta da agência de turismo que organizou a expedição. A família da vítima criticou a falta de assistência e a demora nas ações iniciais de socorro.
O governo indonésio informou que abrirá uma investigação para apurar eventuais falhas de segurança e avaliará as condições de operação das agências de turismo que atuam na região.
O Governo brasileiro divulgou nota lamentando a morte de Juliana e informou que prestará assistência à família no processo de translado do corpo ao Brasil.
PRÓXIMOS PASSOS
O Parque Nacional do Rinjani permanece com o acesso à trilha do cume interditado por tempo indeterminado. As operações de resgate agora se concentram na retirada do corpo de Juliana, o que pode levar mais algumas horas a depender das condições climáticas e do risco para as equipes em campo.