Conselho da Petrobras aprova volta da estatal à distribuição de gás de cozinha
DM Redação
Publicado em 8 de agosto de 2025 às 09:30 | Atualizado há 3 horas
Nicola Pamplona – Folha Press
A Petrobras informou no fim da noite desta quinta-feira, 7, que seu conselho de administração aprovou a volta da empresa à distribuição de gás de cozinha, que abandonou em 2020 com a venda da Liquigás para consórcio de empresas do setor.
A atuação no segmento será incluída no plano estratégico da estatal. Em nota, a empresa afirmou que o objetivo é “atuar em negócios rentáveis e de parcerias nas atividades de distribuição, observadas as disposições contratuais vigentes”.
Ao citar disposições contratuais, a Petrobras refere-se a impedimento para atuar na área de distribuição de combustíveis líquidos, como gasolina e diesel, até 2029, fruto de cláusula de não competição do contrato de venda da BR Distribuidora, concluída em 2021.
Assim, o novo posicionamento da estatal em distribuição tem como direcionadores: “atuar na distribuição de GLP [gás liquefeito de petróleo, o gás de cozinha], integrar com demais negócios no Brasil e no mundo e oferecer soluções de baixo carbono para seus clientes”.
A companhia não informou como se dará esse retorno nem em quais mercados atuará: venda de produtos a granel para grandes clientes ou de botijões para consumidores residenciais.
A venda da Liquigás teve oposição do PT e tem sido alvo de críticas tanto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto da presidente da estatal, Magda Chambriard. Ambos avaliam que a companhia poderia ser usada para forçar a redução do preço do botijão.
“O botijão de gás é vendido pela Petrobras para as empresas a R$ 37. Não tem explicação [para] ele chegar para o povo a R$ 120, a R$ 130 a R$ 140. Alguém tá ganhando muito dinheiro”, disse Lula em evento recente no Rio de Janeiro.
A Liquigás foi comprada por um consórcio formado pelas concorrentes Copagaz e Nacional Gás Butano e pela Itaúsa por um valor equivalente hoje a R$ 5,3 bilhões. Seus ativos foram divididos para conseguir aprovar a operação no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
Lula e Magda também têm criticado a venda da BR, hoje chamada Vibra, para investidores privados, sob o mesmo argumento de que a estatal perdeu o poder regulador sobre o preço dos combustíveis nos postos. Mas, nesse caso, a estatal tem a limitação contratual.
Enquanto isso, vem apostando na venda de diesel diretamente a grandes consumidores, como indústrias e frotas de transporte.