Deus mandou eu dizer…

Geralmente escrevo sobre a situação política brasileira, o descontentamento da população, os desacertos e desmandos do governo federal, mas hoje, assim que iniciei esse texto, senti que não estava interessado ou conectado para compartilhar minhas opiniões sobre tais assuntos, eles pareceram sem importância.

Contudo, havia o desejo de escrever, apenas não sabia sobre o quê falar, pensei nas situações descritas acima mais uma vez e percebi que a indignação estava firme ali contra o cinismo dessas “autoridades”, suas desculpas esfarrapadas sobre a condução fracassada da economia e, nesse instante, quase pude ouvir uma voz a falar: – Não, isso pode ser dito em outra oportunidade, eles continuarão ainda por algum tempo a infernizar a vida de muitos, hoje não falarás disto !

Mas o que escrever, então ?

Nesse momento uma imagem se fez em minha mente, de uma pessoa acabrunhada, tristonha num lugar qualquer com seus muitos problemas, em estado de desesperança, não conseguia lhe ver o semblante, apenas suas emoções, simultaneamente eram diversas pessoas, não apenas uma como no início da “visagem”, todas com os mesmos sentimentos de abandono, medo e desconfiança.

Essa sensação demorou partir de mim, tamanha a empatia entre suas dores e eu, muito por saber que realmente há irmãos nossos em tal sofrimento, isolados, desanimados, vários deles pensando em desistir – neste momento mesmo em que lemos e relemos esse parágrafo, eles estão lá, sentindo-se órfãos e desprezíveis.

“Para estes, hoje, enviarás uma mensagem de conforto”, ouvi assustado em minha mente e pensei: ouço e obedeço !

De imediato iniciei redigir os mais complicados temas, floreando com histórias edificantes e exemplos outros de vencedores, busquei nas lendas e mitos os heróis que fortaleceriam tais seres, abatidos pela vida, tudo em vão, o meu nada em nada se virava e o que dizia não fazia sentido nenhum, nem mesmo para mim.

Então a campainha toca – atendo – um senhor me entrega um folheto, no rodapé vinha um texto pequeno, agradeci e ele foi embora sem parar nas outras casas, deixou só pra mim aquele bilhete.

Sabendo o que fazer agora, voltei aqui para entregar a promessa direcionada a quem precisa, cumprindo ao  que Ele determinou fazer, dizia o texto:

… Quando passares pelas águas estarei contigo, e quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti, porque eu sou o Senhor Teu Deus … (Isaías 43:2,3)

(Olisomar Pires, servidor e escritor – www.olisoblog.com)