Di Magalhães, acadêmico do Centro de Letras do Paraná!

Um velho ditado, porém sempre atual, que a sabedoria popular vem cultuando, inteligentemente, através dos séculos provavelmente, prega que santo de casa não faz milagre, o que é a mais pura verdade.

Se quisermos um exemplo disso, junto com tantos e tantos outros que poderiam ser citados às centenas, quiçá aos milhares, podemos nos espelhar na trajetória do grande artista plástico vilaboense Di Magalhães, cujos dons natos foram lapidados cuidadosamente em bancos da Universidade Federal de Goiás, isso fazendo com que a sua arte tenha se refinado ao extremo, adquirido qualidade, cores, vida e que tanto deleitam àqueles que têm a oportunidade de aprecia-las e, mais do que isso, obtê-las para enfeitar suas casas como uma verdadeira obra de arte, privilégio do qual tenho a honra.

Assim é que esse renomado artista, que  nunca recebeu, por aqui, o devido valor por aquilo que habilidosamente cria,  trazendo luzes, alegria com os seus belos quadros, tendo se radicado em Curitiba, vem celeremente abrindo o seu espaço num universo onde gravitam não poucos também bons artista paranaenses e de outras plagas como ele, sendo que no último dia 13 ele, merecidamente foi integrado a Academia do Centro de Letras do Paraná, graças ao sábio reconhecimento daquele povo que tão gentilmente o acolheu e valoriza o seu qualificado trabalho e talento não menos.

Engraçado é que, por ser bastante conhecedor da sua história, um dileto amigo desde a infância, das brincadeiras de peladas com lobeiras, que também ao se juntar duas delas com um gaveto e uma forquilha obtínhamos os nossos carros de fórmula 1, das bolinhas de gude e tantas outras inúmeras brincadeiras da época, bem sei que quando por aqui ele atuava, com grandes dificuldades num mercado em muito se admira um arte mais pouco se compra, quando vinha algum figurão, aqueles munícipes que se julgavam não menos da “nata vilaboense”,  a ele  recorriam para que fizesse doação de uma de suas obras para bajular a visita( em algumas vezes sequer sendo convidado para o evento),portanto, esses mesmos “narizes empinados”,  nunca o incentivaram seja através da aquisição de seus quadros, seja através de algum tipo de promoção que o divulgasse.

Mas mesmo ante grandes dificuldades, graças ao seu talento inigualável, ele foi abrindo o seu caminho e algumas pessoas com alguma tendência de mecenas, não deixaram de o apoiar, pois a sua arte o credencia, portanto, mesmo em território goiano, seus quadros ocupam importantes espaços em gabinetes políticos, escritórios, sindicatos, associações e residências particulares, pois quem sabe ser admirador de uma bela obra, jamais deixaria de ter uma delas assinado por Di Magalhães, para realçar a beleza do seu ambiente familiar.

Mesmo com esses contratempos, bem sei o quão generosa é aquela ímpar figura, inclusive já tendo feito exposições em várias ocasiões para ajudar humanitárias (como para o  Araújo Jorge, para a Vila São José do Cotolengo, muitas outras aqui na ex-capital com a mesma finalidade, etc), isso mesmo já morando em Curitiba, pois foram muitas vezes que o vi deslocar para cá, às suas expensas, sem  qualquer apoio financeiro, para  aqui no Estado de Goiás, dar a sua contribuição em nome de uma causa que acredita justa e necessária.

Portanto, torço para que esse reconhecimento verificado nesse memorável 13 de dezembro, seja apenas um prenúncio do muito que ainda está por acontecer em sua trajetória profissional, e que ela seja sempre conduzida pela proteção de Deus, e que Ele  abra os caminhos do sucesso e realização pessoal e profissional desse grande artista. Por cá, continuarei tendo o prazer de apoiar e incentivar a sua arte, agora o fazendo, compartilhando dessa alegria e alardeando mais essa sua credencial: Di Magalhães Acadêmico do Centro de Letras no Paraná!

(José Domingos, jornalista, advogado, professor universitário, auditor fiscal aposentado, escritor e poeta. [email protected])