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Diabetes cresce entre os mais jovens

Sedentarismo, obesidade, tabagismo, alimentação ruim estão entre os fatores de risco apontados como as principais causas deste aumento

Reprodução/Agência Brasil Reprodução/Agência Brasil

O número de brasileiros com diabetes cresceu 65% em um período de 15 anos. Os dados foram divulgados pela pesquisa Vigitel, do Ministério da Saúde (MS) e mostra que o número de brasileiro adultos com diabetes em 2021 chegavam a 9,5% contra 5,5% registrado em 2006. O que chama à atenção nos números de divulgados, é que jovens tem apresentado, mostra um crescimento principalmente entre os mais jovens da diabetes tipo 2.

De acordo com o levantamento feito e com os especialistas entrevistados, o aumento é devido a piora em alguns dos fatores de riscos e o aumento por exemplo do sedentarismo e também da obesidade. Os números mostram ainda que o Tipo 2 é a mais comum e que representa 90% dos casos na população idosa. No entanto, a pesquisa mostra que esse número cresceu também entre os mais jovens.

Embora pesquisa divulgada mostre que o sedentarismo e a obesidade são os fatores de risco os quais contribuem para o desenvolvimento da patologia, eles não são os únicos. A nossa reportagem conversou com o Endocrinologista, Jacob Facuri Neto, o qual listou entre outros fatores a má qualidade na alimentação, o consumo excessivo de álcool, o excesso de stress, ansiedade e a privação do sono.

Com certeza também está muito relacionado com a qualidade ruim da alimentação desses pacientes, que de um modo geral tem uma alimentação mais rica em carboidratos simples, refinados né, em açúcar, nos farinásceos, o consumo também regular e excessivo do álcool tá, o tabagismo também né, que é um gatilho né para piorar o consumo de álcool. Então, basicamente com certeza são esses que são fatores de risco que estão interligados". Jacob Facuri Neto - Endocrinologista

O especialista lembra que a privação do sono pode ser um outro elemento, o qual contribuiu e tem feito com o que esse número de pacientes com diabetes tipo 2 se elevasse de tal maneira.


		Diabetes cresce entre os mais jovens
Divulgação Arquivo Pessoal: Endocrinologista Jacob Facuri Neto. Divulgação Arquivo Pessoal


"Um hábito ruim e muito comum nos jovens hoje é a privação do sono. Os jovens principalmente estão dormindo pouco e com pouca qualidade. Isso faz com que elas tenham uma deturpação do apetite, e faz com que elas não consigam treinar, aumenta o apetite, diminui a saciedade e desregula a produção hormonal dela. Então essa privação contribui bastante para o desenvolvimento do diabetes tipo 2, uma coisa vai levando a outra: sono ruim leva a inatividade física, que leva a alimentação ruim, que deixa pessoa mais ansiosa, mais estressada, e a pessoa vai entrando nesse circulo vicioso, nessa bola de neve", ressalta.

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O número apresentado pela pesquisa do Ministério mostra que esse aumento de pacientes mais jovens é preocupante. E, segundo Neto, temos que nos atentar, pois, este é um problema que pode trazer outros diversos problemas com ele.

"Esse aumento excessivo do número de pessoas com diabetes tipo 2, principalmente mais jovens, como mostrou a pesquisa do Ministério da Saúde, com uma elevação de 65% nesse número de pacientes gera muita preocupação. É, um problema de saúde que traz outros problemas juntos como o aumento de doenças cardiovasculares, neurodegenerativas, doenças autoimunes e até mesmo câncer. Então é uma coisa que realmente gera bastante preocupação, e que a gente precisa se atentar".

O médico salienta que é necessário fazer com que a população possa se conscientizar sobre como pode ser ruim não se exercitar ou ter uma alimentação inadequada. Para o especialista esses fatores podem ser causadores de problemas a longo prazo, uma vez que o diabetes tipo 2 pode ser acompanhado de outras patologias.

"Então, acho que é questão de conscientizar mesmo, educar a população para que a gente tenha esse entendimento do quanto a obesidade, o sedentarismo, os hábitos ruins, o excesso do consumo de álcool, alimentação ruim rica em açúcar, em carboidratos refinados, em farinásceos, o tanto que isso é deletério. O que eu vejo é que a população não entendeu ainda o quanto isso pode ser deletério a mente a longo prazo. Então acho que a gente precisa realmente educar a população, fazer a população enxergar isso de um modo geral", pontua.

Além de conscientizar, o Endocrinologista diz que é necessário o acompanhamento de bons profissionais, tanto para auxiliar esses pacientes, como para evitar que a doença chegue a esse ponto. E que as doenças crônico degenerativas se apresentem junto com a diabetes tipo 2.

"A gente precisa conscientizar e precisa de bons profissionais acompanhando essas pessoas, para que a gente não deixe com que esse número cresça mais ainda e se possível a gente possa fazer com que esse número nos próximos anos tenham uma regressão", finaliza.

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