Brasil

Disse alguém

Redação DM

Publicado em 4 de junho de 2016 às 02:58 | Atualizado há 9 anos

Não estamos autorizados a condenar o próximo em hipótese alguma, seja ele quem for. Nem mesmo os que, diligenciados pela ignorância, esparramam a morte e o pranto no caminho alheio.

Houve alguém que, assentando-se à mesa com malfeitores, respondeu às inquirições de hipócritas acusadores, dizendo-lhes:

– “Os sãos não precisam de médico.” E aos que maldizem os outros, alertou alguém:

– “Não acuseis para não serdes acusados. Com a mesma medida com que medirdes, vos medirão também a vós…”

E aos que tecem os fios da maledicência, urtigando o coração alheio e perdendo tempo com motejos aos que servem no Bem, anunciou:

– “Tudo o que fizerdes ao vosso próximo, é a vós mesmos que o fazeis…”

E aos que abusam da palavra, semeando, com ela, o que não presta, declarou:

– “Nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da sua boca…”

E aos que esparramam o sofrimento de qualquer natureza, asseverou:

– “Pagareis ceitil por ceitil de todo mal que fizerdes…”

E às criaturas arrogantes e cheias de presunção, que não se cansam de menosprezar o próximo, adiantou:

– “Aquele que se exaltar, será humilhado.”

E aos acusadores:

– “Aquele que estiver isento de erros, atirai a primeira pedra.”

E aos que procuram o segredo da Paz e da Ventura nas coisas perecíveis do mundo, revelou:

– “Fazei ao próximo somente o que desejais que ele vos faça…”

E finalmente, aos que trabalham sofrendo humilhações, mentiras, injustiças e maldades por parte dos negligentes, disse:

– “Bem-aventurados sereis quando, vos injuriando, fizerem todo mal contra vós por meu respeito – pois grande será o vosso galardão nos céus…”

A língua humana é portadora da perturbação e da morte, quando mal dirigida.

Não nos faltam advertências nem fatos comprobatórios, anunciando que a maledicência deve, o quanto antes, ser extirpada dos nossos lábios, porque é bem preferível ser vítima da ofensa sem qualquer revide, que ser o ofensor carregado de sofrimentos inauditos. É bem melhor amar, perdoar e servir sempre, que ser amado, perdoado e servido. Disse alguém.

 

(Iron Junqueira, escritor)


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