Economistas preveem fim da alta da Selic e reduzem perspectiva da inflação
Redação Diário da Manhã
Publicado em 16 de junho de 2025 às 09:35 | Atualizado há 6 horas
Fernando Narazaki – Folha Press
Os economistas ouvidos pelo Banco Central esperam que o Copom (Comitê de Política Monetária) encerre a sequência de alta da Selic e mantenha o índice em 14,75% na reunião que começa nesta terça-feira (17). O boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (16) mostra que o mercado prevê que a taxa de juros básica terminará o ano no atual patamar e deve ficar em 12,5% em 2026, índice que vem sendo mantido há 20 semanas. Nesta terça, o Copom se reúne para dois dias de encontros e o resultado deve ser anunciado na quarta-feira (18).
O comitê elevou a Selic nas últimas seis reuniões. Em 31 de julho, a taxa estava em 10,5%, mas em 18 de setembro ela foi para 10,75%. Em 6 de novembro, o índice subiu mais 0,50 ponto percentual. Depois disso, foram três altas seguidas de um ponto percentual a cada reunião, o que fez a Selic saltar para 14,25% em 19 de março deste ano. Em 8 de maio, o aumento voltou para 0,5 ponto percentual, o que levou a taxa de juros básica para o atual patamar de 14,75%.
Há duas semanas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a pedir que o Banco Central reduza os juros. “O que nós estamos conscientes é que a inflação está controlada, caiu preço de alimentos e acho que logo, logo o Banco Central vai tomar a atitude correta de começar a baixar os juros. Uma coisa engraçada é que mesmo com os juros altos a economia continua crescendo”, disse Lula em 3 de junho.
O boletim Focus também indicou uma redução na perspectiva da inflação para este ano, que caiu de 5,44% para 5,25%. Já o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para os três anos seguintes permaneceu em 4,5% (2026), 4% (2027) e 3,85% (2028). A redução de 0,19 ponto percentual desta semana é a maior feita pelo Copom neste ano e também é a terceira semana consecutiva que houve redução na perspectiva para o IPCA.
Apesar disso, a previsão mantém a inflação acima do teto da meta oficial, que é de 3%. A margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Ao mesmo tempo, os economistas esperam um aumento do PIB (Produto Interno Bruto) para 2,2%, uma alta de 0,02 ponto percentual em relação ao levantamento da semana passada. Já o dólar deve fechar 2025 cotado a R$ 5,77, uma queda de R$ 0,03 na comparação com a última pesquisa.