Brasil

Estados devem reabrir escolas em agosto

Redação DM

Publicado em 21 de julho de 2021 às 12:58 | Atualizado há 4 anos

Com a vacinação dos professores e a queda de indicadores da pandemia, agosto deve marcar um retorno mais amplo das atividades presenciais das redes estaduais de ensino. Até aqui, só 12 Estados reabriram as escolas após a quarentena demandada pelo cenário anterior de crescimento das infecções. O ritmo tem sido mais lento do que outras flexibilizações de regras anticovid notadas nas últimas semanas. Na rede privada, por outro lado, os alunos já foram liberados para voltar em pelo menos 22 Estados e no Distrito Federal.

Os números são de levantamento feito pelo Estadão junto a governos estaduais. Daquelas que ainda não liberaram a volta, dez redes estaduais e a do Distrito Federal pretendem convocar os alunos no próximo mês. Na Paraíba e no Acre, isso está previsto para setembro. Bahia e Roraima ainda não definiram cronograma de retorno.

O Brasil foi um dos países onde alunos ficaram mais tempo fora dos colégios, fechados inicialmente em março de 2020 para conter a transmissão do vírus. Com isso, educadores estimam graves prejuízos de aprendizagem e socioemocionais aos alunos, sobretudo os mais vulneráveis.

Na pandemia, especialistas criticaram parte dos gestores, que priorizaram a reabertura de shoppings, bares e igrejas em detrimento das escolas. E o Ministério da Educação (MEC), por sua vez, vem sendo considerado omisso, por falta de apoio às redes na implementação de classes remotas ou preparação dos colégios para a reabertura.

Em Roraima, um protocolo experimental de retorno gradual deve ser implementado ainda este ano, mas somente após a Vigilância Sanitária informar o balanço de professores vacinados. O retorno presencial total é previsto para 2022. A Bahia também disse adotar modelo 100% remoto e monitorar índices da covid.

Já na rede paulista, por exemplo, as escolas poderão a partir de agosto receber a totalidade dos alunos, se respeitado o distanciamento de um metro entre pessoas. São Paulo foi um dos primeiros a reabrir as salas de aula. As redes estaduais cuidam, na maioria, de alunos das séries finais do ensino fundamental (11 a 14 anos) e do ensino médio – neste caso, como os adolescentes estão no fim do ensino básico, o pouco tempo para recuperar o conteúdo até o fim do ciclo é um desafio.

“Queremos que quando os alunos voltem, encontrem um ambiente muito melhor”, diz a diretora do Departamento de Educação Básica de Roraima, Raimunda Rodrigues, citando reformas nas escolas e lembrando de perdas diversas durante a pandemia. Mesmo com a vacinação liberada aos profissionais da educação, a gestora informa que campanhas serão necessárias para atrair o público mais resistente.

No 3º ano do ensino médio na rede roraimense, Beatriz Eduarda Sousa, de 18 anos, recorreu a aulas de reforço e pré-vestibular para tentar o sonho: uma vaga em psicologia na universidade federal. “Foi muito difícil e ainda está sendo, pois nós alunos nunca tivemos o costume de ter aulas online”, conta ela, de Boa Vista.

“As maiores dificuldades que senti foram os desânimos, medos e com certeza a ansiedade. Querendo ou não, sair de casa e ir para a aula ajudava na hora das provas, de tirar dúvidas, diz a jovem, que destaca o privilégio de os pais poderem pagar cursos extras. Ela também começou a trabalhar em uma academia para ajudar nos gastos.

Alunos com mais recursos, em geral, retornaram à sala de aula mais cedo em várias regiões. A rede do Piauí prevê regresso presencial em agosto, mas unidades privadas adotaram o ensino híbrido em janeiro. A rede potiguar também planeja voltar no mês que vem, enquanto as particulares retomaram ainda em 2020

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