Brasil

Ferrovia Brasil-China que ligará Atlântico ao Pacífico já tem primeiros detalhes revelados

Redação Online

Publicado em 8 de julho de 2025 às 10:07 | Atualizado há 5 horas

O Brasil e a China deram um passo importante para a integração logística entre os dois oceanos com a assinatura, em julho de 2025, de um acordo para estudos técnicos sobre a construção de uma ferrovia que ligará o porto de Ilhéus, na Bahia, ao porto de Chancay, no Peru. A iniciativa visa facilitar o escoamento de produtos brasileiros para a Ásia, especialmente para a China, maior parceiro comercial do país.

Contexto e objetivos do projeto

A ferrovia proposta tem como objetivo principal reduzir o tempo e o custo do transporte de cargas do Brasil para o mercado asiático, promovendo uma rota terrestre que atravesse o continente sul-americano de leste a oeste. Atualmente, o transporte marítimo entre o Brasil e a Ásia pode levar até 40 dias; com a ferrovia, a expectativa é reduzir esse tempo para cerca de 28 dias, o que representa um ganho significativo para a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional.

O trajeto previsto inclui os estados brasileiros da Bahia, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre, antes de cruzar a fronteira com o Peru até chegar ao porto de Chancay, que foi inaugurado em 2024 com financiamento chinês e integra a iniciativa global conhecida como “Nova Rota da Seda” ou “Cinturão e Rota”.

Detalhes técnicos e desafios

Até o momento, o projeto está em fase inicial de estudos. O acordo firmado é um memorando de entendimento com duração de cinco anos para a realização de análises técnicas, econômicas, sociais e ambientais que possam garantir a viabilidade da ferrovia. O governo brasileiro ainda não definiu o traçado definitivo nem o custo estimado da obra.

Um dos desafios será a articulação com o governo peruano para viabilizar os trechos no território vizinho, além da necessidade de avaliar a possibilidade de aproveitar ferrovias já existentes em território brasileiro para reduzir custos e impactos ambientais.

Parceria estratégica Brasil-China

Embora o governo brasileiro não tenha aderido formalmente à Nova Rota da Seda, a parceria com a China para este projeto reforça a importância da cooperação bilateral no setor de infraestrutura e comércio exterior. A China, que já é o maior investidor estrangeiro no Brasil, tem interesse em fortalecer as rotas comerciais que facilitem o acesso a matérias-primas e produtos brasileiros.

Impactos esperados

Além da redução do tempo de transporte, a ferrovia deve contribuir para a diversificação das rotas logísticas brasileiras, diminuindo a dependência dos portos do Sudeste e do transporte rodoviário, que atualmente enfrentam limitações de capacidade e custos elevados.

A ferrovia também pode impulsionar o desenvolvimento econômico das regiões por onde passará, gerando empregos e estimulando investimentos em infraestrutura local.

Próximos passos

Nos próximos meses, as equipes técnicas dos dois países irão aprofundar os estudos para definir os aspectos mais detalhados do projeto, como o traçado final, o modelo de financiamento e os impactos ambientais. A expectativa é que, após essa fase, o projeto possa avançar para as etapas de licitação e construção, embora ainda não haja previsão para o início das obras.

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