Filha de ministro do STF é hostilizada com cuspe e insultos em campus da UFPR
DM Redação
Publicado em 15 de setembro de 2025 às 13:57 | Atualizado há 2 minutos
A advogada e professora Melina Fachin, filha do ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, foi alvo de um episódio de violência dentro do campus da Universidade Federal do Paraná, onde exerce a função de diretora da Faculdade de Direito.
De acordo com relatos, um homem branco se aproximou de Melina, dirigiu-lhe ofensas chamando-a de “lixo comunista” e, em seguida, cuspiu contra ela antes de deixar o local. A agressão causou indignação no meio jurídico e acadêmico.
O advogado Marcos Gonçalves, marido de Melina, declarou que o episódio é resultado direto do discurso de ódio que tem se espalhado pelo país e apontou que se trata de violência política. A Ordem dos Advogados do Brasil também se manifestou em nota de repúdio, afirmando que o ataque afronta os valores democráticos e fere a essência do ambiente universitário, que deve ser espaço de respeito, pluralidade e diálogo.
O agressor não foi identificado, e não há informações sobre eventual abertura de inquérito policial.
Leia a íntegra da nota emitida pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil:
O Conselho Federal da OAB, junto à sua Comissão Nacional de Direitos Humanos, manifesta solidariedade à professora doutora Melina Fachin, integrante da Comissão e diretora do Setor de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Ela foi vítima de agressão física e verbal em dependências da instituição, na última sexta-feira (12).
A entidade repudia veementemente o episódio, que afronta valores essenciais da vida democrática. A democracia exige o respeito às liberdades, ao pluralismo e à convivência pacífica, sobretudo no espaço acadêmico, que deve ser preservado como ambiente de diálogo e de construção do conhecimento jamais como palco para violência, intolerância ou tentativas de silenciamento.
Colocando-se ao lado de Melina Fachin e da comunidade acadêmica da UFPR, a OAB Nacional reafirma seu compromisso com a defesa da dignidade da pessoa humana, na proteção dos direitos fundamentais e na construção de uma sociedade livre de intolerância e violência.
Beto Simonetti, presidente do Conselho Federal da OAB
Silvia Souza, presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos