Goiás assume liderança mundial fora da Ásia na produção de terras-raras
Redação Online
Publicado em 26 de julho de 2025 às 19:00 | Atualizado há 9 horas
O estado de Goiás acaba de alcançar um feito inédito: tornou-se o único lugar fora da Ásia a produzir, em escala comercial, quatro elementos essenciais do grupo das terras-raras — neodímio (Nd), praseodímio (Pr), térbio (Tb) e disprósio (Dy). Esses minerais são fundamentais para a fabricação de ímãs permanentes usados em turbinas eólicas, motores de veículos elétricos, equipamentos médicos e dispositivos eletrônicos.
O avanço é liderado pelo projeto Serra Verde, localizado no município de Minaçu, no norte goiano. A operação já extrai os quatro elementos magnéticos, posicionando o Brasil como alternativa estratégica à China, que até agora domina esse mercado global. A planta de Serra Verde entrou em operação comercial em 2024 e foi reconhecida internacionalmente por sua capacidade produtiva.
A relevância é tamanha que o empreendimento foi incluído na lista da Minerals Security Partnership (MSP), uma aliança formada por países como Estados Unidos, Japão e membros da União Europeia, que buscam diversificar a cadeia de suprimentos de minerais estratégicos. O projeto brasileiro foi o primeiro da América Latina a ser contemplado pelo grupo.
Com investimentos estimados em mais de R$ 800 milhões, o complexo de terras-raras em Goiás deve dobrar sua capacidade de produção até 2030. A expectativa é que o Brasil consolide sua posição como um dos principais fornecedores globais desses minerais críticos, com grande potencial de exportação e fortalecimento da indústria nacional de tecnologias limpas.
Além de Minaçu, outros municípios goianos como Nova Roma, Iporá e Diorama também estão na mira de mineradoras nacionais e internacionais que visam explorar novas jazidas. O futuro das terras-raras no Brasil passa, inevitavelmente, por Goiás agora protagonista mundial na corrida por minerais estratégicos.