INSS sabia das fraudes desde 2019, diz diretora da CGU

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foi alertado sobre fraudes em aposentadorias ainda em 2019, mas não tomou providências. A informação foi dada pela diretora de Auditoria de Previdência da Controladoria-Geral da União (CGU), Eliane Viegas Mota, durante sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS.

Segundo ela, a denúncia inicial partiu do Ministério Público do Paraná, que registrou aumento de reclamações de beneficiários e recomendou a suspensão de acordos de cooperação técnica com quatro entidades. Mesmo assim, o INSS não interrompeu as parcerias.

O caso se destacou em dezembro de 2023, após reportagens mostrarem que associações envolvidas arrecadaram cerca de R$ 2 bilhões em um ano com descontos de aposentados, mesmo respondendo a milhares de processos por fraude.

Durante a CPMI, Eliane disse não ter conhecimento de registros anteriores a 2019, e que a auditoria da CGU com o INSS só começou em março de 2024, quando houve reunião com o presidente do instituto, Alessandro Stefanutto, que cogitou adotar medidas, mas não suspendeu os acordos com as empresas investigadas.