Interrogatórios de réus do 8 de Janeiro fortalecem denúncia e mantêm expectativa de julgamento no STF
Redação Online
Publicado em 11 de junho de 2025 às 11:29 | Atualizado há 1 dia
Os interrogatórios dos principais réus do chamado “núcleo 1” da tentativa de golpe de Estado, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, foram concluídos nesta semana e avaliados por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e investigadores como “dentro do esperado”. Segundo fontes do tribunal, os depoimentos seguiram o roteiro previsto e não trouxeram elementos novos capazes de alterar o curso da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Durante as oitivas, os réus negaram envolvimento nos atos que culminaram na invasão das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023. A estratégia de defesa se concentrou em afastar as acusações de participação ativa na tentativa de ruptura institucional. Para ministros do STF e integrantes da equipe de investigação, essa postura já era antecipada e não comprometeu a linha central da acusação.
A avaliação entre os responsáveis pelo caso é de que, ao não apresentar contradições relevantes ou fatos inéditos, a fase de interrogatórios reforçou a robustez da denúncia. “O processo segue fortalecido para a etapa final”, resumiu um interlocutor do tribunal. A expectativa é que, com o encerramento dessa fase, o processo avance para as alegações finais, etapa que antecede o julgamento definitivo dos réus pela Primeira Turma do STF.
O julgamento está previsto para ocorrer entre setembro e outubro de 2025. Participarão da decisão os ministros Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia. Até lá, novas diligências podem ser solicitadas pelas partes, mas a tendência é de que o caso siga seu curso sem prejuízo à acusação.
A conclusão dos interrogatórios marca um passo importante no desfecho de um dos processos mais emblemáticos do país desde a redemocratização.