Jovem morre após hospital tratar infarto como ansiedade
Redação Diário da Manhã
Publicado em 4 de julho de 2025 às 12:00 | Atualizado há 9 horas
Camila Messias Moraes, de 21 anos, morreu em casa no dia 26 de junho após sofrer uma parada cardiorrespiratória. Um dia antes, ela procurou atendimento no Hospital de uma rede de planos de saúde, na Asa Sul, em Brasília, com fortes dores no peito e dormência nos braços sintomas clássicos de infarto mas foi diagnosticada com uma “crise de ansiedade” e liberada poucas horas depois.
A jovem chegou a passar por um eletrocardiograma que indicava alterações no átrio direito do coração. Mesmo com o exame mostrando anormalidade, os médicos optaram por não aprofundar a investigação clínica. Segundo relatos da família, Camila foi orientada a ir para casa e descansar.
O laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) apontou que a jovem estava sofrendo um infarto havia pelo menos três dias. A causa da morte foi tamponamento cardíaco acúmulo de sangue na membrana que envolve o coração em decorrência da ruptura de um aneurisma na artéria aorta.
Revoltados, os familiares acusam o hospital de negligência. De acordo com eles, Camila foi tratada como uma paciente em busca de atestado médico e não recebeu a devida atenção, apesar de relatar sintomas claros de emergência cardíaca. Um boletim de ocorrência foi registrado na 15ª Delegacia de Polícia de Ceilândia, e a família deve acionar a Justiça.
“Ela dizia que estava com muita dor e dormência nos braços, mas os profissionais simplesmente atribuíram a uma crise emocional. Foi um erro que custou a vida da minha filha”, desabafou a mãe da jovem, que preferiu não ser identificada.
Dados da Secretaria de Saúde do DF mostram que, somente em 2024, foram registradas 714 mortes por infarto agudo do miocárdio número que ultrapassa até mesmo as mortes por câncer de pulmão na capital federal. As vítimas vão desde idosos até adolescentes de 15 anos.